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Espécie extinta: O fim do pequeno ula

Após derrubada de florestas, o encantador passarinho vermelho que atraía expedições científicas ao Havaí pode ter desaparecido por falta de alimentos

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h05 - Publicado em 31 out 2004, 22h00

Carla Aranha

Só alguns poucos felizardos tiveram a sorte de ver um dos passarinhos mais bonitos do mundo, o ula-ai-hawane, nome que em havaiano significa “pássaro vermelho que se alimenta da palmeira hawane”. O pequeno ula, que media apenas 11 centímetros, vivia principalmente no alto das montanhas Kohala, na ilha americana do Havaí, apesar de habitar também as florestas de Hilo e Ieeward, repletas da palmeira da qual ele se alimentava. Os nativos adoravam a linda ave multicolorida de canto mavioso. Mas até para eles era difícil avistar o passarinho, que se escondia ao menor sinal de presença humana. O ula foi visto pela última vez em 1892, e depois disso foi considerado extinto.

Suas penas vermelhas, prateadas e pretas, que formavam uma combinação única, encantaram os primeiros ornitólogos europeus que começaram a explorar o Havaí, no século 19. O colorido das penas fazia um contraste surpreendente com os pés em tons de amarelo-claro e o bico preto do pássaro. O filhote era ainda mais bonito. O peito tinha uma coloração azul-acinzentada, enquanto o resto do corpo era marrom. As asas e o rabo eram pretos e a cabeça, esverdeada.

Tanto para os europeus como para os nativos, era motivo de orgulho conseguir pegar o belo e arisco ula. A maioria das expedições científicas ao Havaí tinha como um dos principais objetivos a observação do passarinho. Hoje, para ver de perto um deles, só indo a museus de história natural da Europa e dos Estados Unidos. Há cinco deles, empalhados – dois estão no próprio Havaí, um está em Londres, outro se encontra na Universidade Harvard, em Boston, e o último, em Nova York. O primeiro pássaro foi coletado em 1859. Poucos anos depois, em 1892, o último exemplar seria pego por nativos, que à época contaram ter visto outros ulas no mesmo lugar, nas montanhas Kohala. Várias expedições foram feitas até lá, mas o pássaro nunca mais foi encontrado. O ornitólogo britânico Henry Palmer chegou a oferecer, em vão, recompensas para quem avistasse a ave. Ninguém se conformava com o desaparecimento de um dos passarinhos mais encantadores do mundo.

O sumiço do ula tem a ver com a ação do homem, embora indiretamente. Não se sabe exatamente por que e como o pássaro foi extinto. Mas, como sua única fonte de alimentação eram as folhas da palmeira hawane, acredita-se que a escassez da planta, provocada pelo desmatamento desenfreado, tenha levado à extinção da ave. As populações do passarinho eram pequenas, e restritas a áreas geográficas bem definidas, o que deve ter deixado a ave sem opções de alimentos. Pouco antes do seu desaparecimento, os havaianos haviam sido incentivados pelo governo dos Estados Unidos (que anexariam o território em 1898) a plantar mais cana-de-açúcar e abacaxi, duas culturas bastante rentáveis na época, o que ocasionou a derrubada de muitas florestas. O delicado ula não resistiu à radical mudança de seu meio ambiente e foi uma das primeiras espécies havaianas a desaparecer.

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Ula-ai-Hawane

Nome científico: Ciridops anna

Ano da extinção: 1892

Habitat: florestas do Havaí

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