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Mercado de lixo

A empresa de embalagens que não quer ver seus produtos se acumularem no ambiente

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 30 jun 2004, 22h00

Alexandre Versignassi, de Itu (SP)

Lixo não falta. Só a multinacional Tetra Pak, que faz caixinhas longa-vida, produz 100 bilhões de embalagens descartáveis por ano. É o suficiente para erguer uma pilha de 2 quilômetros de altura e 7 quilômetros de extensão na base. Numa década, dá um Himalaia de entulho. As caixas são uma maravilha para as donas-de-casa, mas uma crescente tragédia para o ambiente – a não ser que se descubram formas de reutilizar essa montanha de lixo. É justamente isso que a própria Tetra Pak tem feito.

As caixas são ricas em plástico, alumínio e papel. Com o que se tira delas, dá para fazer de móveis a telhas (e aquecedores de água, como você pode ver na página 81!). O problema é que há poucas empresas especializadas em processar as embalagens. Nesse mercado estreito, os catadores de lixo têm dificuldade para negociar o que recolhem. Além disso, boa parte deles não tem os equipamentos necessários para compactar o longa-vida em fardos. Como as recicladoras só compram lixo prensado, a saída é passar as embalagens soltas a atravessadores, que, obviamente, pagam uma miséria por elas. Mais: a falta de hábito da população de separar seu lixo deixa os catadores sem muito o que catar. Juntando tudo, o interesse em recolher as caixinhas de porta em porta não é dos maiores.

O que a Tetra Pak busca é destravar o ciclo vicioso em três frentes. Por um lado, põe em contato os catadores com as empresas compradoras de embalagens. Por outro, imprime e distribui à população folhetos que incentivam a separar o lixo e ensinam a fazê-lo. “Além disso, doamos prensas aos catadores, para que eles possam vender direto às recicladoras, sem intermediários. Se o lucro deles cresce, aumenta também o interesse em recolher”, diz o engenheiro Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da empresa.

Funcionou: “A gente já teve de vender por 50 reais a tonelada. Agora, com a prensa, dá para tirar 220”, afirma o catador Anísio Leonardo de Oliveira, líder da Cooperativa de Materiais Recicláveis de Itu, cujos 35 membros tiram entre 500 e 600 reais por mês cada um. Até hoje, 110 cidades do Brasil receberam panfletos e foram distribuídas cinco prensas elétricas. Agora, a empresa começou a doar também prensas manuais, mais simples, para cooperativas menores – foram dez até junho. Não é suficiente para acabar com aquele Himalaia de matéria-prima. Mas já é bem mais do que um começo.

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Como ajudar

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Recicle seu lixo e entregue para alguma cooperativa de catadores. Se você não conhece nenhuma, ligue para a Tetra Pak no (11) 5501-3200 e peça pelo departamento de meio ambiente.

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