Não é apenas o clorofluorcarbono (CFC), um gás usado em aerossóis, aparelhos de refrigeração e plásticos, que afeta na Antártida a camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol. Os cientistas identificaram recentemente mais dois poderosos inimigos do ozônio. São eles os solventes clorofórmio de metila (CH3CCI3) e tetracloreto de carbono (CCI4), usados na fabricação de tintas e graxas para a indústria automobilística e ainda como cola de tapete. Para sorte da Terra, os solventes têm uma vida média mais curta que o CFC. Portanto, boa parte deles se dissipa antes de alcançar a estratosfera, onde se encontra o ozônio, acima de 10 mil metros de altitude.
“Ainda assim, projeções de computador indicam que eles são responsáveis por 12,7% da destruição do ozônio”, informa o engenheiro Volker Kirshhoff, do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais). Assinado no ano passado, o protocolo de Montreal prevê uma redução pela metade na produção do CFC até 1999. Os especialistas pretendem agora incluir os dois novos inimigos quando o protocolo foi atualizado.