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Como é a ferrovia transiberiana?

Ela conecta o maior país do mundo quase de uma ponta à outra

Por Leo Pires
Atualizado em 22 fev 2024, 10h04 - Publicado em 19 jun 2018, 18h28
Transiberiana-0
(Guilherme Henrique/Mundo Estranho)

ILUSTRA Guilherme Henrique
EDIÇÃO Felipe van Deursen

Resumimos a saga de uma das ferrovias mais famosa do mundo em paradas pelos lugares que ela marcou

 

ANTES DE PARTIR: SÃO PETERSBURGO
Capital russa até 1918, foi aqui que começaram os planos de construção da ferrovia, no fim do século 19. A Rússia do tempo dos czares era uma nação rural, gigantesca e pouco explorada. A ferrovia serviria para conectar e modernizar o país. Até então, o contato com o interior era feito por navegação (quando os rios não estavam congelados) ou por precárias estradas

PARTIDA: MOSCOU
Aqui fica uma das pontas da ferrovia. O país já contava com uma rede ferroviária que ia até os Montes Urais, então o desafio maior foi criar a malha no oriente do país, dos Urais até Vladivostok. As obras, em ritmo acelerado, partiram das duas extremidades e contaram com o Exército e prisioneiros. O então príncipe Nicolau 2º inaugurou o trecho em 1891

PRIMEIRA PARADA: ECATERIMBURGO
A Rússia é um país majoritariamente plano, com poucas barreiras naturais. Uma delas são os Montes Urais, cordilheira que separa a porção europeia e a asiática do país. Ecaterimburgo, na porção leste dos Urais, é conhecida como a “janela para a Ásia”. A cidade, a mais oriental da sedes da Copa 2018, foi palco da execução de Nicolau 2º, último dos czares, e de sua família, em 1918

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SEGUNDA PARADA: NOVOSIBIRSK
Foi fundada em 1893 para abrigar uma grande ponte sobre o rio Ob, por onde passaria a ferrovia. A chegada da Transiberiana e, depois, o período comunista deram um grande empurrão ao desenvolvimento da cidade, que hoje é a terceira maior do país e capital do Distrito Federal Siberiano

TERCEIRA PARADA: LAGO BAIKAL
É a maior atração da viagem, literalmente. Com 31 mil km2 (maior que Alagoas) e quase 1,7 mil metros de profundidade, ele é o lago mais profundo do mundo. A construção da ferrovia acabou aqui em 1916, quando os dois extremos se encontraram

CHEGADA: VLADIVOSTOK
A cidade portuária é a última parada da ferrovia, depois de 9.289 km e oito fusos horários. Ela fica na Manchúria, região que teve importância vital na 2ª Guerra. O Japão a invadiu em 1931, e só saiu de lá em 1945, quando os soviéticos tomaram a região. O episódio marcou o fim da guerra

 

Transiberiana-7
(Guilherme Henrique/Mundo Estranho)

ESTICADINHA COREANA
Um vagão-dormitório que sai de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, e se conecta à Transiberiana em Vladivostok forma a viagem de trem de passageiros mais longa do mundo. De Pyongyang a Moscou são oito dias e meio e 10.267 km. Já a maior rota de trens de carga vai de Yiwu, China, até a Espanha. São 12.874 km e 20 dias para chegar a Madri

COMO VIAJAR
A melhor época para viajar pela Transiberiana é de maio a setembro, quando o clima está mais ameno na região. É possível achar tíquetes de segunda classe de Moscou a Vladivostok nessa época por cerca de US$ 300. A passagem aérea para Moscou no mesmo período pode custar cerca de R$ 3,8 mil

FONTES DV Land, Lonely Planet, Trains Russia

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