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Como e para que foi construída Stonehenge?

Ruínas de um templo religioso? Uma estrutura que ajudava a calcular o movimento dos astros? As duas coisas? Conheça as principais teorias sobre esse enigmático conjunto de pedras

Por Fabio Volpe
Atualizado em 22 fev 2024, 10h59 - Publicado em 18 abr 2011, 18h56

Stonehenge Stonehenge

Faz séculos que essas ruínas misteriosas, a 137 quilômetros de Londres, intrigam arqueólogos, místicos e curiosos em geral. Os responsáveis pelo monumento, que começou a ser erguido por volta de 3000 a.C., foram homens pré-históricos do período neolítico – o que quer dizer que conseguiam fazer várias ferramentas e construções à base de pedras polidas, mas não ainda conheciam a metalurgia.

Além de decifrar essa identidade dos criadores do Stonehenge, os estudiosos descobriram também a maneira como os blocos pesadíssimos eram transportados até lá e como era a obra antes de virar ruína. Difícil mesmo é entender o sentido de tudo aquilo.

 

Livro sobre Stonehenge

No livro From Stonehenge to Modern Cosmology (“De Stonehenge à Cosmologia Moderna”, inédito no Brasil), o astrônomo inglês Fred Hoyle, um dos maiores especialistas do século XX em teorias sobre a origem do universo, defendeu a tese de que o monumento foi erguido como uma espécie de computador capaz de prever eclipses e outros fenômenos celestiais, concluindo que “o conhecimento astronômico desse povo deve ter nascido de muitos séculos de observação”.

Outros especialistas enxergam as ruínas como vestígios de um grande templo religioso – e é bem provável que as duas teorias sejam complementares.

Isso porque a construção foi feita em três fases distintas, com aproximadamente 2 mil anos de distância entre elas, além de haver indícios de que o enigmático círculo de pedras passou por longos períodos de abandono – dois dos aspectos mais intrigantes de Stonehenge.

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Pode ser, portanto, que os homens que iniciaram o monumento tivessem em mente um projeto – um calendário astronômico, por exemplo -, que acabou modificado pelas gerações seguintes. Sem encontrar interpretações astronômicas para as construções posteriores, Hoyle levanta a hipótese de que houve um declínio intelectual entre as primeiras e as últimas civilizações de construtores, talvez pela invasão das ilhas britânicas por outros povos.

A falta de registros escritos e o longo tempo que Stonehenge ficou esquecida tornam mais difícil decifrá-la.

No século XX, iniciou-se uma batalha para preservar o que restou de Stonehenge, mas até isso criou polêmica – como algumas pedras tombadas foram reerguidas e estabilizadas, a interferência gerou acusações de que as atuais formações seriam falsas. Mas os restauradores garantem que todo seu trabalho respeitou a posição original das pedras.

(Image Hans Elbers/Getty Images)

Trabalho pesado

Rochas de 50 toneladas foram arrastadas por 30 km

1 – As pedras mais pesadas (50 toneladas) vieram de regiões até 30 quilômetros ao norte. Blocos menores (5 toneladas) viajaram quase 400 quilômetros. Parte do trajeto era vencido pelo mar e pelos rios, com as pedras amarradas em rústicas canoas. Em terra firme, elas deslizavam sobre uma espécie de trenó de troncos puxado por vários homens

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2 – Um buraco era cavado no ponto onde o bloco seria posicionado. Com o apoio de toras de madeira e uma alavanca, ele era inclinado até se encaixar ali. Depois, o bloco era erguido com cordas e, para completar, preenchia-se o buraco com fragmentos de rocha

3 – Para erguer as vigas dos chamados trilithons – formações com dois pilares sustentando um terceiro bloco – era preciso montar plataformas de madeira. A viga era erguida com uma alavanca, permitindo o encaixe de novos andares

4 – A plataforma crescia até chegar ao topo dos pilares. Com o sistema de alavancas reforçado com cordas, por causa da grande altura, a viga era deslocada até se apoiar sobre os pilares, nos quais havia pontos de encaixe

(ChrisHepburn/Getty Images)

Enigma pré-histórico

Monumento misterioso foi construído em três etapas

FASE I (3100 a.C.)

1. Fosso circular

Com 98 metros de diâmetro, delimita a obra

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2. Aubrey Holes

Os “Buracos de Aubrey” são um círculo com 56 cavidades. Os especialistas crêem que eles marcavam a ocorrência de eclipses

3. Station Stones

As quatro “Pedras de Estação” formavam um retângulo imaginário. Para alguns astrônomos, os eixos (linhas brancas) de ligação entre elas indicam pontos onde a Lua nasce e se põe ao longo do ano

4. Slaughter Stone

Hoje deitada no chão, a “Pedra da Matança” ganhou esse nome por acharem que animais eram sacrificados sobre ela

 

FASE II (2100 a.C.)

5. The Avenue

A trilha que partia de Stonehenge, a “Avenida”, chegou a ter 3 quilômetros

6. Heel Stone

Uma linha imaginária (em amarelo) partindo do centro das ruínas e passando sobre a “Pedra do Calcanhar”marca a posição do nascer do Sol no solstício de verão do hemisfério norte, o dia mais longo do ano

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FASE III (2000 a.C.)

7. Trilithons

São peças formadas por dois enormes pilares de rocha sustentando uma viga de pedra. Havia cinco deles, desenhando uma ferradura – mas hoje restam apenas dois intactos

8. Anel de Pedras

Havia 30 pilares sustentando uma seqüência de vigas e, dentro do anel, os trilithons e pedras menores. O conjunto tinha, talvez, um caráter religioso: a sombra criada no chão pelo Sol batendo nos imensos blocos representaria a união do céu com a terra

9. Y/Z Holes

Os “Buracos Y e Z” são dois círculos com cerca de 30 cavidades cada (o Y mais perto do fosso). Talvez tenham sido feitos para receber outras pedras, o que não ocorreu

Leia também:

– Como a cidade de Petra foi construída?

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