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Como eram e como estão hoje 5 famosas civilizações perdidas

Você sabia que a história de Atlântida pode ter sido inspirada em Akrotiri, uma cidade grega destruída por um vulcão?

Por Marcelo Testoni
Atualizado em 22 fev 2024, 10h07 - Publicado em 27 fev 2018, 15h03

Palácios submersos. Pirâmides engolidas por florestas. Templos soterrados por desertos. Conheça imponentes cidades que foram esquecidas pela humanidade e redescobertas ao longo dos séculos.

TIKAL

País – Guatemala
Área – 125 km²
População – Entre 100 e 120 mil
Fundação – 300 a.C.

(Wendell araújo/Mundo Estranho)
(Reprodução/divulgação/Mundo Estranho)

1. A história dessa cidade, que significa “lugar das vozes” em maia, remonta a dois milênios e meio antes de sua fundação, quando os olmecas teriam migrado da América do Norte para as terras baixas da atual Guatemala. Na região, esse povo pré-colombiano estabeleceu aldeias, e seus descendentes, os maias, as desenvolveram a ponto de as transformarem em um grande centro administrativo e religioso

2. Os arqueólogos não sabem se Tikal funcionava como capital de um império ou se levava uma vida autônoma das demais aldeias. Como as ruínas incluem, além de santuários, 60 km2 e 100 quarteirões de construções avantajadas de palácios e pirâmides, presume-se que ali viveu uma elite numerosa constituída por chefes militares e sacerdotes, além de suas famílias. O restante da população, mais pobre e agrícola, residia na periferia

3. Os maias desse período frequentavam arenas, onde assistiam a apresentações teatrais e jogos de bola patrocinados pela nobreza, que precisava cativar e impressionar seus súditos para mantê-los unidos (e a cidade, segura). Em praças abertas ocorriam festivais que reverenciavam os feitos dos caciques. Nas ruas largas e nas calçadas, havia o comércio de tapeçarias, hortaliças e presas abatidas

4. Com a chegada do primeiro milênio, a fase de ouro dos maias se encerrou. Inscrições talhadas em monumentos de pedra revelam que, em cerca de 40 anos, as relações entre Tikal e seus vizinhos deixaram ser amistosas e se tornaram hostis. O que se seguiu foram guerras e atentados que dispersaram a população. A cidade terminou abandonada

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5. Logo após a chegada de Cristóvão Colombo às Américas, em 1492, as ruínas maias, que estavam tomadas pela floresta e abandonadas havia séculos, foram achadas pelos europeus. Mas, para desestabilizar os nativos, que viam o lugar como sagrado, e facilitar seu domínio, os colonizadores espanhóis incendiaram tudo. O que sobrou de pé, cerca de 9 km², só começou a ser estudado e preservado a partir de 1848

A pirâmide Maia
Construções são grande herança arqueológica dessa civilização

(Wendell araújo/Mundo Estranho)

PALÁCIO CLIFF

País – EUA
Área – 210 km²
População – Cerca de 100 pessoas
Fundação – 100 d.C.

(Wendell araújo/Mundo Estranho)
(Reprodução/divulgação/Mundo Estranho)

1. Localizada no maior penhasco da América do Norte, no Parque Nacional Mesa Verde, a estrutura foi. construída pelo povo. anasazi, que viveu ali até 1300.. Inimigos declarados dos ancestrais dos índios navajos, esses nativos escolheram se instalar na fenda do penhasco por uma questão de sobrevivência: como não eram populosos, precisavam de uma visão estratégica da região para antever possíveis ataques

2. Antes do levantamento dos cerca de 600 edifícios, foi construído um conjunto de estradas de 300 km de comprimento e 10 m de largura que era usado para acessar o penhasco pelo vale que havia abaixo. Depois, rampas e escadas foram escavadas na rocha para conectar essas estradas às moradias, que basicamente. eram torres de três andares. com. terraços de observação, suítes e salas

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3. A madeira das vigas estruturais era extraída de coníferas localizadas em cordilheiras, a 110 km de distância. Os arqueólogos estimam que cerca de. 200 mil árvores desse tipo foram arrancadas e transportadas. a pé ou a barco para a construção do palácio. Já a argamassa utilizada no reboco era produzida com a mistura de rochas calcárias, cinzas, água e argila

4. Quando os espanhóis chegaram à região,. no século 16, esses povos já não. viviam no palácio,. mas em aldeias ao redor. Amistosos até o início da colonização, gostavam de narrar aos estrangeiros que ali, nas pedras, viviam seus ancestrais. Isso foi comprovado na década de 1970, quando escavações desenterraram joias, cerâmicas, instrumentos musicais e itens cerimoniais

5. Apesar de deterem algum conhecimento sobre sua origem, os últimos anasazis pouco sabiam sobre o fim de seus ancestrais. Atualmente, arqueólogos acreditam que. uma série de secas prolongadas. interrompeu a produção de alimentos.. Com a seca, parte da população que vivia ao redor do palácio fugiu e a outra, fiel a seus governantes, resistiu até sucumbir com eles

AKROTIRI

País – Grécia
Área – 200 mil m²
População – 60 mil
Fundação – Cerca de 2000 a.C.

(Wendell araújo/Mundo Estranho)
(Reprodução/divulgação/Mundo Estranho)

1. As ruínas do sítio arqueológico estão incrustadas nas montanhas rochosas de Santorini (antiga Thera), a maior ilha grega. Foi na Idade do Bronze que a civilização minoica ergueu a Akrotiri, uma das mais importantes cidades da costa do mar Egeu. Sua sociedade era organizada em três classes: trabalhadores (artesãos, metalúrgicos e agricultores), soldados e uma poderosa elite

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2. Muito rica, a cidade dispunha de um porto movimentado, ruas pavimentadas, templos e casas luxuosas. agrupados em condomínios retangulares. Lá viviam grandes proprietários de terras, políticos e militares de alta patente, que tinham todo o controle sobre a população e faziam a maioria das leis, podendo castigar e condenar à morte quem quisessem. Como todos tinham tudo que era preciso para viver, não havia necessidade de conquistar outros povos

3. No entanto, esse mundo perfeito sofreu um revés. Por volta de 1650 a.C., três pequenas erupções vulcânicas, seguidas de terremotos,. abalaram a maior parte das construções da ilha e desencadearam seu esvaziamento. Segundo Spyridon Marinatos, arqueólogo que descobriu a cidade em 1967, sua interdição completa levou cerca de 50 anos, pois os ricos tentaram a todo custo salvar as zonas afetadas

4. As coisas pioraram: entre 1627 e 1600 a.C., uma erupção pelo menos dez vezes mais intensa do que a que ocorreu em Krakatoa em 1883 (e matou 36 mil pessoas) cobriu a região sob uma espessa camada de lava, pedras e cinzas. Destruiu qualquer vestígio humano na ilha durante vários séculos.. Ela foi tão violenta que a zona costeira desapareceu, tragada por tsunamis, e uma coluna de gases e fuligem se espalhou por todo o Hemisfério Norte. No livro Fire in the Sea, o geólogo dinamarquês Walter Friederic defende que Atlântida foi inspirada na destruição de Akrotiri

TIMGAD

País – Argélia
Área – 40 km²
População – 15 mil
Fundação – 100 d.C.

(Wendell araújo/Mundo Estranho)
(Reprodução/divulgação/Mundo Estranho)

1. Um grande arco do triunfo sinaliza a principal avenida da cidadela, na província de Batna. Ali, foram descobertos os primeiros vestígios do Império Romano na Argélia e que foram trazidos à luz em 1765 pelo explorador escocês James Bruce. O pretexto do imperador Trajano para sua fundação era o de que Timgad seria uma. colônia para veteranos de guerra,. mas a intenção real era enfraquecer as tribos locais e instalar uma base de proteção para as rotas comerciais

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2. Em 50 anos, o que parecia ser um simples acampamento militar cresceu para além de seus muros e, com a ajuda de africanos que precisavam de emprego,. se transformou em uma poderosa cidade autônoma.. Em troca de mão de obra na produção de grãos, azeite e vinho, que eram enviados para Roma, os nativos e seus filhos ganhavam cidadania romana. Em pouco tempo, eles passaram a dividir posições de chefia e tornaram-se maioria

3. A cidade era bem projetada e os romanos garantiam a igualdade entre os cidadãos. Nos enormes quarteirões, recortados por ruas estreitas, havia. casas, tavernas, casas de banho, além de um templo dedicado ao deus Júpiter,. uma biblioteca e um grande teatro com mais de 3.500 lugares. Porém, com o enfraquecimento de Roma no século 5, a cidade foi invadida e saqueada por tribos bárbaras que habitavam as montanhas Aurès, também no norte da África

4. Outro fator determinante em meio à crise do Império foi a ascensão dos cristãos, que em 535 encontraram a cidade vazia e a tomaram. No entanto, no século 7, guerras civis motivadas por agricultores contrários à Igreja, que havia se apossado de boa parte das terras e cobrava impostos abusivos, facilitaram uma invasão muçulmana. Destroçada, Timgad caiu no esquecimento e permaneceu enterrada no deserto. por mil anos

MOHENJO-DARO

País – Paquistão
Área – 3,5 km²
População – 40 mil
Fundação – 2600 a.C.

(Wendell araújo/Mundo Estranho)
(Reprodução/divulgação/Mundo Estranho)

1. A cidade emergiu no vale do rio Indo, quase na fronteira com a Índia, como um dos centros administrativos do Império Harappa, que se estendeu por mais de 1,5 milhão de km2, mais que a Mesopotâmia e o antigo Egito juntos.. Na parte alta, protegida por torres de guarda, viviam os nobres,. que tinham a seu dispor templos, mercados, salões de festas e residências amplas e com piscinas termais. Eram abastecidos pela população das zonas mais baixas, quase toda formada por agricultores e comerciantes

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2. Os harappas também eram. aficionados por limpeza e levantaram grandes praças para banho público e reservatórios de água – talvez como defesa contra enchentes, que eram frequentes. Mas o que mais assombrou os arqueólogos em 1922, quando Mohenjo-Daro foi descoberta, foram suas instalações sanitárias. Quase todas as moradias tinham banheiro, poço de água e lugares adequados para o descarte de lixo. Eram tão avançadas como as que surgiram em Roma 2,5 mil anos depois

3. A cidade desapareceu misteriosamente por volta de 1800 a.C. sem deixar muitas pistas ou registros sobre sua língua, história e líderes (provavelmente porque invasores destruíram as relíquias). De acordo com teorias, a cidade. pode ter sido devastada por até seis inundações seguidas,. que teriam provocado o rompimento de seus diques, ou pela combinação de uma invasão e de uma forte seca que durou 300 anos e eliminou o rio Sarasvati, um dos principais da região

FONTES Livros In Search of the Cradle of Civilization, de Georg Feuerstein, Subhash Kak e David Frawley, e Dying for the Gods, de Miranda Green Sutton; sites Ancient Origins, Ancient Greece e National Geographic

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