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Como Moisés teria aberto o mar para fugir dos egípcios?

Até a própria existência de Moisés é difícil de ser comprovada

Por Cláudia de Castro Lima
Atualizado em 22 fev 2024, 10h09 - Publicado em 13 nov 2017, 12h22

ILUSTRA Tom Ventre
EDIÇÃO Felipe van Deursen

(Tom Ventre/Mundo Estranho)

LEIA A REPORTAGEM “AS HISTÓRIAS QUE A BÍBLIA NÃO CONTOU”
– Arca de Noé
– Êxodo
– Sansão
– Davi
– Queda de Jerusalém
– Crucificação

 

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O MAR VIROU SERTÃO
Segundo a Bíblia, Moisés abriu o Mar Vermelho para seus seguidores hebreus fugirem do Egito

Moisés, o sortudo
Na época dele, os hebreus eram escravos no Egito e seus primogênitos eram condenados à morte. Moisés era o primeiro filho de seus pais, mas sobreviveu. Foi salvo, adotado pela filha do faraó e criado na família real. Já adulto, foi contatado pelo próprio Deus, que lhe deu a missão de libertar o povo de Israel e o conduzir à Terra Prometida. Para “convencer” o faraó, irmão de criação de Moisés, a deixar a população ir, Deus mandou dez pragas (como infestações de rãs, piolhos, moscas e gafanhotos). Os escravos ganharam a liberdade, mas, durante a jornada, foram perseguidos pelos egípcios

+ As pragas do Egito realmente existiram?

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Mar aberto
Quando percebeu que o faraó estava perto, Moisés perguntou a Deus o que fazer e seguiu as instruções: levantar a vara perto do Mar Vermelho, esperar que ele se abrisse, passar com o povo e aguardar. As águas se fecharam e afogaram os inimigos

Siga a fumaça
Deus guiou os ex-escravos pelo “deserto do Mar Vermelho”. “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar”, narra o Êxodo. Quando o faraó decidiu perseguir os hebreus, a cortina de fumaça que os ajudava servia para atrapalhar a visão dos egípcios

Mundaréu
A Bíblia diz que Israel tinha 600 mil homens em idade militar. Com isso, calcula-se que os fugitivos seriam pelo menos 1 milhão de escravos. Já o faraó tinha um contingente bem menor, mas mais bem equipado

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Time de Moisés

  • 1 a 2,5 milhões de escravos fugitivos
  • 600 mil hebreus aptos para a luta

Time do Faraó

  • 600 carros de guerra (alta tecnologia para a época)

TEORIAS MIRABOLANTES
Alguns cientistas passaram as últimas décadas tentando provar como isso teria sido possível

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1. Segundo alguns estudos, a explicação para a coluna de fumaça seria a erupção do vulcão Thera, que destruiu a ilha grega de Santorini. Ela teria causado uma fumaceira de 64 km de altura, visível do Egito. À noite, a eletricidade estática causada pela erupção poderia ter gerado raios, que seriam a tal coluna de fogo

2. A erupção teria baixado a temperatura em 2 ºC, o que reduziu as chuvas e causou uma seca. Os hebreus teriam cruzado, então, um rio seco. Segundo Brandon Drake, especialista em paleoclima da Universidade do Novo México (EUA), de fato houve um resfriamento súbito das águas do Mediterrâneo na época (século 15 a.C.)

3. Estudiosos como David Rohl, autor de Êxodo: Mito ou História, afirmam que os hebreus nunca cruzaram o Mar Vermelho, mas um “mar de juncos”. A palavra “vermelho” teria sido traduzida errado e o tal mar seria uma porção de água cheia de juncos localizada próxima à Península do Sinai, com no máximo 3 m de profundidade

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4. Simulações feitas pelo geólogo Floyd McCoy, da Universidade do Havaí (EUA), mostram que a erupção gerou um tsunami, que teria chegado ao delta do Nilo. Ondas gigantes costumam baixar muito a maré das costas antes de atingi-las, por isso o rio ou o mar de juncos estaria seco durante a travessia

5. O Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA mostrou que o vento pode ter aberto a passagem: um vendaval muito forte que soprasse ao longo da noite poderia retrair as águas em 4 km de extensão e 5 km de largura por quatro horas. Seria o suficiente para atravessar

O que a ciência diz
“Moisés” vem do egípcio “msézs” (“filho de”) . Ou seja, é um sufixo, o que significa que ele provavelmente não existiu. Em cerca de 1100 a.C., o império egípcio ruiu e surgiram assentamentos em Canaã. Mas eram nativos, não foragidos. E o total de fugitivos seria apenas de 5 mil, de acordo com um cálculo do matemático Colin Humphreys, da Universidade de Cambridge (Reino Unido). Ele diz que um erro de interpretação do texto original adulterou o valor no final

FONTES Bible Archaeology, Biblical Archaeology, British Museum, Jewish Virtual Library, Journal of Archaeological Science, Slinging; livros Bíblia: Uma Biografia, de Karen Armstrong, Bíblia, Deus, Uma Biografia, de Jack Miles, Excavating Jesus, de John Dominic Crossan e Jonathan L. Reed, The Mystic Past, de Thomas L. Thompson, e Jesus, Coleção Para Saber Mais, de Rodrigo Cavalcante e André Chevitarese

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