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Como funciona um box de Fórmula 1?

São 400 metros quadrados de puro trabalho dividido em vários departamentos

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 22 fev 2024, 11h04 - Publicado em 18 abr 2011, 18h53

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Um box de Fórmula 1 é bem mais complexo do que mostra a TV. Os 400 metros quadrados a que cada equipe tem direito são divididos em vários departamentos, onde cerca de 100 pessoas trabalham freneticamente. O coração do box é a sala de telemetria, onde o comportamento dos carros na pista é analisado por um exército de computadores. Cada equipe tem sua maneira específica de lidar com os dados que chegam das pistas. E, claro, fazem de tudo para esconder essa arma da concorrência, tanto que câmeras de TV e máquinas fotográficas não são permitidas nesse setor. Mas, a convite da Renault, a reportagem de mundo estranho pôde dar uma espiadinha na sala de telemetria da equipe francesa durante os treinos do último GP Brasil.

Repleta de computadores potentes, com 45 monitores de cristal líquido, ela parece o centro de comando de uma nave espacial. Lá, o rendimento dos F-1 é monitorado por 40 técnicos. Os carros são equipados com dezenas de sensores, que transmitem para o box, via rádio, informações sobre as condições do motor, da suspensão e de tudo o que possa afetar o desempenho do bólido. Nas telas da sala de telemetria, aparecem desde quantas vezes o piloto acionou o freio numa volta até a temperatura do óleo. Se, por exemplo, o óleo esquentar demais ou o motor der uma capengada, os técnicos saberão quais ajustes será preciso fazer. Essas informações, então, vão direto para os notebooks dos engenheiros-chefes, que passam ordens aos mecânicos. Simples? Não. Mesmo com toda essa tecnologia, muitos problemas demoram a ser diagnosticados. E nunca param de chegar dados novos. Tudo em meio a muita, muita correria.

Mais que uma garagem Carros e peças dividem espaço com supercentral de computadores e até com cozinha

1. Sala secreta

Na telemetria, mais de dez computadores de alta potência recebem detalhes do desempenho dos carros na pista. Parte dos dados pode seguir para a sede da equipe na Europa para ser analisada, em tempo real, por computadores ainda mais potentes e que decifram com maior velocidade as informações. Computadores de mesa fora da telemetria só mesmo nas salas dos engenheiros eletrônicos, que cuidam desses sensíveis componentes dos F-1

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2. Gasolina resfriada

Todo mundo vê na TV aquelas superbombas que injetam gasolina nos carros no pit stop. Mas pouca gente sabe que no box também há uma máquina para tirar o combustível do carro. Ela suga a gasolina, resfria o combustível e o injeta de volta no tanque a 18 ºC, temperatura ideal para o máximo aproveitamento da energia do combustível

3. Pneus quentinhos

Quando os carros estão no box, os quatro pneus ficam sob mantas elétricas, que elevam a temperatura da borracha a 80 ºC. Com o calor, a aderência ao asfalto cresce, evitando que as rodas girem em falso e dando mais velocidade. A pressão e a temperatura dos pneus são medidas após os treinos – informações que ajudam a desenvolver melhores compostos

4. Ventilador de motor

Após algumas voltas na pista, o carro retorna fumegando e é preciso refrigerar rapidamente o motor, que mesmo parado permanece muito quente. Os equipamentos que fazem isso são basicamente ventiladores munidos de gelo seco, que jogam ar frio nos radiadores do bólido. Uma equipe leva cerca de dez motores para cada GP. Às vezes eles são retirados dos carros e analisados por engenheiros numa exclusiva sala de motores SuperaspiradorTubos de exaustão retiram a enorme quantidade de poeira acumulada nos radiadores durante os treinos, para que a sujeira não afete o desempenho dos carros. Esses exaustores também sugam os gases emitidos pelos motores dentro do box. Graças a eles, o ar não fica irrespirável como numa oficina mecânica comum

6. Olho na telinha

Nos treinos, os pilotos acompanham o desempenho da concorrência de dentro do próprio carro. Uma tela de cristal líquido – que mostra as mesmas imagens de TV que você vê em casa – pode ser colocada em qualquer lugar do box, pois é suspensa por uma barra articulável. Sem os pilotos por perto, os mecânicos assumem o controle da telinha

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7. Titulares e reserva

Três carros ficam no box: os dois titulares e, no meio deles, o reserva. Oito mecânicos e três engenheiros cuidam de cada F-1. Só os titulares saem para treinar, mas todos os acertos feitos neles vão também para o reserva, usado em caso de emergência. Se for preciso trocar um bico, spoiler ou qualquer outra parte móvel do chassi, é só recorrer ao depósito de peças.

8. Fast food

Cada box conta com cozinha e refeitório próprios, que ficam perto da sala particular do chefe de equipe. As massas, por serem fáceis de transportar e preparar, dominam o cardápio. Na cozinha da Renault no GP Brasil, trabalhavam dois mestres-cucas. Já o refeitório, ao lado, tinha cerca de 50 lugares

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