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Como os aviões invisíveis driblam os radares?

Por Renato Domith Godinho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h02 - Publicado em 18 abr 2011, 18h54
US_Air_Force_B-2_Spirit

O segredo é uma combinação complexa de revestimento especial com design inteligente. O objetivo de um avião invisível é entrar em território hostil, realizar sua missão e retornar em segurança sem ser detectado pelo inimigo. Para conseguir isso, não basta apenas escapar das ondas de rádio dos radares. Ainda é preciso ser silencioso, difícil de enxergar a olho nu e capaz de driblar sensores de calor. O mais famoso desses aviões é o bombardeiro americano B-2 Spirit, que também é, de longe, o avião mais caro do mundo. Até hoje só existem 21 exemplares em operação, que custaram aos Estados Unidos a fábula de 2,2 bilhões de dólares cada um. Se suas 150 toneladas fossem transformadas em ouro puro, não dariam um quarto desse valor! Quando o B-2 foi projetado, na década de 70, a idéia era que ele fosse equipado para lançar bombas atômicas contra a União Soviética – na época o grande rival militar dos Estados Unidos -, entrando sem ser visto em seu imenso território e destruindo alvos estratégicos.

A partir dos anos 90, com a convivência mais pacífica entre os dois países, o bombardeiro foi adaptado para carregar bombas convencionais, podendo participar de batalhas de menor porte. Além da invisibilidade, o que mais impressiona no B-2 é sua grande autonomia para um avião de guerra, conseguindo voar 11 mil quilômetros sem reabastecer. A estréia dele em combate aconteceu em 1999, durante os conflitos separatistas em Kosovo, província da antiga Iugoslávia. Enquanto outros aviões decolavam de porta-aviões e bases aéreas próximas da região, os B-2 vinham direto dos Estados Unidos, onde fica a única base aérea capaz de cuidar de sua delicada manutenção. Numa nova guerra entre Estados Unidos e Iraque é provável que os B-2 sejam os primeiros aviões na linha de ataque, destruindo as defesas antiaéreas iraquianas e abrindo caminho para outras aeronaves.

Vôo sem rastros O B-2 desvia as ondas de rádio e tem motor silencioso

Efeito asa

Em vez de ter asas e cauda, como os aviões comuns, o B-2 inteiro é uma espécie de asa voadora. Isso melhora muito sua sustentação no ar, economizando combustível e permitindo ao B-2 alcançar distâncias intercontinentais em curto tempo, mesmo com seu imenso peso de 150 toneladas

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Sem ar quente

Antes de sair pelos exaustores, o jato de ar gerado pelos motores e que impulsiona o avião à frente passa por dutos de refrigeração. Assim, o ar deixa a nave com temperatura quase igual à ambiente, despistando mísseis e radares que seguem rastros de calor

Motor discreto

As partes metálicas do B-2, como os trens de pouso e os quatro motores a jato, ficam enterrados no meio do avião, onde não refletem as ondas do radar. Esse esconderijo também serve para abafar o barulho do motor

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Menor que um pássaro

O formato esquisito do B-2 foi planejado para desviar as ondas de rádio para longe do radar que as enviou, evitando que elas retornem ao equipamento e indiquem a posição do avião. Além disso, a aeronave é recoberta por materiais não-metálicos e uma camada de tinta especial (de composição secreta) capaz de absorver uma parte dessas ondas de rádio, do mesmo modo que um objeto negro consegue absorver a luz. Graças à tintura misteriosa (que precisa ser renovada a cada vôo) e ao seu formato, o B-2 é identificado pelos radares como um objeto menor que um pequeno pardal e por isso nem aparece na tela

Pego pelo radar

As ondas de rádio emitidas por um radar batem em objetos sólidos e são refletidas de volta. Cada objeto aparece de um jeito na tela do equipamento. Como grandes chapas de metal (como as da fuselagem dos aviões) são excelentes refletores de ondas, estas retornam em alta freqüência ao radar e as aeronaves comuns aparecem claramente na tela

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