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Como vive um rato de laboratório?

Eles ocupam gaiolas de polipropileno em grupos de até cinco animais. E o ambiente é rigidamente controlado - da temperatura ao nível de barulho

Por Katia Abreu
Atualizado em 22 fev 2024, 10h42 - Publicado em 27 Maio 2013, 13h47
De que jeito vive um rato de laboratório?
(Rafael Sica/Mundo Estranho)

Relativamente bem, num ambiente limpo, seguro e monitorado o tempo todo. Embora o uso de cobaias em experiências gere críticas por parte de sociedades protetoras dos animais, tudo é submetido a normas éticas para tentar minimizar o sofrimento dos bichinhos – até porque isso afetaria o resultado dos testes.

Há diversos motivos pelos quais ratos e camundongos são os animais mais usados em laboratório. Além de serem bastante similares ao homem em termos fisiológicos e genéticos, eles são pequenos, fáceis de manipular, se reproduzem e atingem a maturidade rapidamente.

 

De que jeito vive um rato de laboratório?
(Rafael Sica/Mundo Estranho)

LOJINHA DE RATOS
Cobaias são adquiridas em locais projetados especificamente para servir como “criadouros”. São os chamados biotérios. O acasalamento de ratos pode acontecer livremente ou em uma linhagem específica. Também dá para manipular geneticamente certas ninhadas para gerar, por exemplo, só indivíduos com hipertensão.

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GAIOLA, DOCE GAIOLA
Nos laboratórios, os ratos ficam isolados ou em grupos de até cinco. As famílias ficam juntas até a desmama, cerca de 21 dias após o nascimento. As gaiolas são de polipropileno (um tipo de plástico). É ali que os bichos comem, bebem, dormem, defecam e urinam (o forro de maravalha, uma espécie de serragem, é trocado duas vezes por semana). As gaiolas ficam guardadas em estantes móveis.

FESTIVAL DE RAÇÃO
Os ratos podem comer ração e beber água à vontade – exceto quando as experiências envolvem dietas especiais, como nos estudos de obesidade. Quando vão sofrer cirurgias, precisam passar por jejum. Mas a regulamentação exige que o período de privação de comida e líquidos não ultrapasse seis horas.

 

 

DÁ PRA COMER DO CHÃO
Tudo tem que estar livre de qualquer tipo de contaminação externa. Todos os objetos usados nas experiências, inclusive maravalha e ração, passam por um processo de esterilização a vapor chamado autoclave. Os pesquisadores precisam usar máscaras, toucas, luvas e roupas esterelizadas, evitar cosméticos com cheiro e lavar bem as mãos.

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CHECK-UPS REGULARES
Os animais passam por exames periódicos, como medição de pressão e análise do sangue. Tudo como se fossem humanos em um tratamento médico. Às vezes, passam por operações, ainda vivos, para ver se a experiência está dando resultado. Quando morrem, geralmente, são operados mais uma vez, para avaliação final do experimento.

 

De que jeito vive um rato de laboratório?
(Rafael Sica/Mundo Estranho)

OSSOS DO OFÍCIO
Cobaias podem ser utilizadas em vários tipos de experiências. Há testes comportamentais, como labirintos e alavancas, que, acionadas, dão comida como recompensa. Também rolam experimentos com vacinas e remédios, que podem ser diluídos na água ou injetados. Nesses casos, há sempre um rato de controle, que recebe placebo (remédio falso).

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De que jeito vive um rato de laboratório?
(Rafael Sica/Mundo Estranho)

FIM INDOLOR
Em média, ratos vivem por dois anos. Quando a experiência termina (ou quando rola algum problema e eles passam a sentir dor), sofrem eutanásia (uma morte induzida) de forma indolor. Geralmente, morrem dormindo, em uma câmara de CO2 ou após receber uma grande carga de anestésicos. Os restos são recolhidos pela coleta hospitalar e incinerados.

 

 

TUDO SOB CONTROLE

Há um rígido cuidado com o ambiente para garantir o bem-estar dos bichos:

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De que jeito vive um rato de laboratório?
(Rafael Sica/Mundo Estranho)

 

FONTES Biotérios USP e Unifesp e artigo Idade dos Ratos Versus Idade Humana: Qual É a Relação?, de Nelson Andreollo, Elisvânia Freitas dos Santos, Marina Rachel Araújo e Luiz Roberto Lopes, da Unicamp

CONSULTORIA Thais Marques, supervisora técnica e membro da Comissão de Ética dos Biotérios do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, e Célia Nogueira, presidente da Comissão de Pesquisa e responsável pelo projeto da Unidade de Experimentação Animal da Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu

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