PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Debate: A prostituição deveria ser regulamentada?

Um projeto de lei quer regulamentar o trabalho dos profissionais do sexo. Mas não é claro se essa ação traria benefícios. Confira argumentos contra e a favor dessa ideia

Por Katia Abreu
Atualizado em 22 fev 2024, 10h27 - Publicado em 31 mar 2016, 15h36

O Código Penal brasileiro é ambíguo. Trocar sexo por dinheiro não é crime, mas o favorecimento e a exploração da prostituição por terceiros é. Um projeto de lei quer regulamentar o trabalho dos profissionais do sexo. Mas não é claro se essa ação traria benefícios. Confira argumentos contra e a favor dessa ideia

prostituicao

Sim

Profissionais do sexo são trabalhadores como quaisquer outros. A regulamentação da profissão irá garantir direitos, como a aposentadoria e o acesso à Justiça. Caso recebam, por exemplo, um cheque sem fundo, poderão procurar ajuda judicial para resolver a questão,que se configura como um caso de quebra de contrato

Se forem legalizados, os lugares com profissionais do sexo poderão oferecer mais segurança a seus funcionários, tanto no sentido de buscar ajuda formal em casos de violência como no que diz respeito a programas de saúde. A lei também iria inibir a exploração desse tipo de trabalhador por meio da fiscalização desses estabelecimentos

A prostituição sempre foi condenada à marginalidade, por mais que sua prática seja conhecida desde tempos remotos. E sempre haverá gente disposta a pagar por algum tipo de satisfação sexual, como fetiches que nem sempre podem ser resolvidos com parceiros afetivos. A lei irá trazer dignidade e visibilidade a esses profissionais

Continua após a publicidade

A proibição não cabe mais no Brasil, onde 34% dos homens afirmam já ter pago por sexo – segundo maior índice no mundo. A legalização acabaria com o cinismo da lei atual, já que, na prática, ela serve apenas para extorquir os estabelecimentos e profissionais

prostituicao2

Não

Legalizar não garante melhorias na vida dos profissionais do sexo. A Holanda, após mais de dez anos de regulamentação da prostituição, considerou o experimento um fracasso. Os cafetões, agora sob o título de gerentes, continuam maltratando seus funcionários, exigindo pagamento de taxas e usando violência física

Continua após a publicidade

Há dúvidas quanto à aplicação do direito formal,que a lei garantiria. Barreiras morais e preconceitos vão continuar existindo. Para prestar queixa na delegacia por ter apanhado de um cliente ou patrão, antes de mais nada, será preciso admitir que é prostituta. Algo difícil de ser confrontado com o machismo dos policiais

Alguns grupos militantes feministas alegam que a prostituição é uma espécie de escravidão moderna. A legalização contribuiria para naturalizar a mercantilização do corpo, tornando aceitável a ideia de mulher (ou homem) “objeto”. Para eles, a ideia de comprar alguém é considerada simplesmente desumana

Apesar de o Brasil ser um estado laico, os fundamentos da opinião popular são, em geral, religiosos. Esses dogmas podem ser usados como uma fonte de argumentação em tribunais. Seria preciso conscientizar o povo antes de legalizar a profissão

Continua após a publicidade

LEIA MAIS MATÉRIAS DA SEÇÃO DEBATE QUE EU GOSTO:

– A Petrobras deve ser privatizada?

– Os rodeios devem ser proibidos?

Continua após a publicidade

CONSULTORIA Rafaela Rodrigues, mestranda em direito constitucional e teoria do estado pela PUC-Rio

FONTES Projeto de Lei 4.211/2012, Pesquisa Sexual Global Men’s Health e sites Prostitution Research, Beijo da Rua, Femen, Papo de Homem e marchamulheres.wordpress.com

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.