É possível utilizar uma arma debaixo d’água?
Até é possível, mas a eficiência será bem menor; entenda por quê
Sim, é possível. A arma pode ser disparada desde que o cão (ou martelo) consiga bater com força suficiente no precursor, que é quem detona a espoleta da munição. Atualmente, essas munições são vedadas contra a água, o que permite que o disparo aconteça mesmo que o armamento esteja submerso – mas só dá para atirar uma vez, já que o equipamento fica comprometido após o primeiro tiro (a arma volta a funcionar se for devidamente enxugada após sair da água). Um fuzil AK-47, usado até hoje pelo Exército, pode realizar alguns tiros seguidos, mas o alcance não ultrapassa os 4 m. Existem equipamentos específicos para mergulhadores de combate, como a arma HK P11, que atinge um alvo a 15 m de distância – tudo isso graças à sua balística externa, que foi estabilizada para funcionar dentro d’água. Curiosidade: Para mostrar o efeito da água sobre uma bala, um físico atirou em si mesmo dentro de uma piscina. Veja o vídeo: abr.ai/balaagua.
Veja algumas características e variáveis do disparo dentro da água
Seco no molhado
Se o cano da arma não estiver submerso, o poder de fogo continua o mesmo – uma vez que o projétil não é afetado pela pressão da água. Com a parte interna molhada após o primeiro disparo, não é possível dar outro tiro
Em silêncio
O som associado ao disparo, em condição submersa, é bem menos barulhento. Isso acontece porque as ondas sonoras têm a sua intensidade amortecida pela densidade da água. É como se a arma estivesse com um silenciador
Balas na sequência
Alguns tipos de armas, como o fuzil AK-47, permitem dar vários tiros embaixo d’água devido ao seu mecanismo, que utiliza ar comprimido e aproveita o recuo do disparo anterior. Ele também possui um pistão que já deixa a próxima bala na posição correta
Devagar, devagarinho
A água tem uma massa específica, que é, aproximadamente, 800 vezes maior que a do ar. A bala sofreria com os efeitos de arraste e viscosidade do líquido, que reduzem a velocidade e a letalidade do disparo
PERGUNTA Guilherme da Silva Freire Breder, Goiânia, GO
CONSULTORIA Danilo Haggstrom, engenheiro de produtos da Taurus Armas, Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil)