É verdade que a maior montanha da cordilheira do Himalaia está crescendo a cada ano?
Bem pouquinho, mas cresce. Os cientistas estimam que a maior montanha da cordilheira do Himalaia se eleve de 0,5 a 0,8 milímetro por ano – mais o menos o tamanho de uma unha bem curta. Isso ocorre porque o Everest ainda está em formação. Uma formação que já dura 50 milhões de anos, desde que […]
Bem pouquinho, mas cresce. Os cientistas estimam que a maior montanha da cordilheira do Himalaia se eleve de 0,5 a 0,8 milímetro por ano – mais o menos o tamanho de uma unha bem curta. Isso ocorre porque o Everest ainda está em formação. Uma formação que já dura 50 milhões de anos, desde que a placa tectônica da Índia colidiu com a placa da Eurásia. Essa megatrombada faz o bloco rochoso subir até 2,5 mm por ano. Mas essa altura diminui porque a erosão retira material rochoso do Himalaia. Gelo, chuvas e a inclinação do relevo causam uma perda de 1,7 mm ao ano em toda a cordilheira. Nada que ameaçe os imponentes 8 850 metros do Everest, o cume do mundo.
Rock ‘n’ roll
Quase 70% da elevação anual da montanha é consumida pela erosão
1. A elevação anual do Everest acontece por causa de uma trombada subterrânea: o choque da placa tectônica da Índia com a da Eurásia. A cada ano, a placa indiana avança cerca de 5 cm em direção à placa da Eurásia
2. Na colisão, a placa indiana mergulha sob a da Eurásia, causando o erguimento das rochas mais leves. Em milhões de anos, essas rochas foram se sobrepondo umas às outras, formando as montanhas do Himalaia, que têm no Everest seu ponto mais alto
3. O erguimento rochoso, porém, diminui com a erosão causada pelo gelo. Grandes avalanches podem derrubar desde pequenas pedras até blocos imensos
4. Outro agente erosivo é a chuva. A água é menos poderosa que o gelo, mas os rios que descem a montanha nos meses de degelo enfraquecem as rochas e carregam fragmentos pequenos
5. Por fim, a erosão também ocorre por ação da gravidade. Na face norte do Himalaia, a elevada inclinação faz as pedras menos firmes rolar abaixo
Consultoria: Maria da Glória Garcia, professora de geologia da USP