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Far Cry 5 tem mundo gigante, caipiras fanáticos e diversão desenfreada

Jogo tira o foco da linearidade para dar liberdade de exploração ao jogador

Por Victor Bianchin
Atualizado em 12 mar 2024, 09h20 - Publicado em 6 abr 2018, 16h35

Far Cry 5 foi  lançado no dia 28 de março e, logo de cara, já alcançou números impressionantes: US$ 310 milhões em vendas na primeira semana (mais que qualquer outro da franquia). É o segundo melhor lançamento da história da Ubisoft – resultado compatível com o hype massivo criado em cima do game, que foi desenvolvido ao longo de quatro anos. Anunciado em maio de 2017, ele tem sido, desde então, marketeado com anúncios em plataformas diversas (não apenas digitais), trailers bem montados e até um curta-metragem em live action.

Não é preciso ter jogado os Far Cry anteriores para entender ou se interessar pelo jogo, já que a história é independente e a curva de aprendizado é bem rápida. No geral, Far Cry 5 é um jogo tradicional de tiro que se destaca pelas missões interessantes, pela variedade de recursos e pela liberdade que dá ao jogador. Todos esses recursos misturados colocam a diversão lá em cima, algo que o jogo promete e entrega desde o primeiro momento.

(Divulgação/Ubisoft)

Na história, você é um agente federal novato que vai com sua equipe a Hope County, um condado no estado de Montana (EUA) para prender Joseph Seed, o líder de um culto religioso chamado Portão do Eden, ou apenas Seita. Trata-se de uma alegoria bastante adequada para os dias atuais: Joseph achou nessa cidadezinha do interior um monte de caipiras dispostos a comprar sua ideia de “salvação” religiosa e a segui-lo cegamente, apesar de seus métodos violentos e autoritários. O fanatismo religioso como instrumento de manobra social, embora não seja abordado em profundidade, é um dos temas mais presentes no game.

É claro que a missão dá errado e a Seita ataca os agentes, que acabam separados e capturados. Você, único a escapar, precisa se armar e ir atrás de seus companheiros, ao mesmo tempo em que liberta posições estratégicas da cidade, ganha aliados e inicia uma guerra contra a Seita.

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ATÉ ONDE OS OLHOS ALCANÇAM

(Divulgação/Ubisoft)

O mapa é gigantesco e um dos maiores já vistos em jogos de tiro. Ele é dividido em três regiões, cada uma comandada por um assecla de Joseph: Jacob Seed, John Seed e Faith Seed. Ao realizar missões principais e secundárias dentro de cada região, você acumula pontos de experiência e ganha a chance de enfrentar os chefes de cara. Quando derrota um chefe, você “liberta” aquela área, diminuindo a presença de inimigos.

Os cenários são rurais, com pequenas propriedades domésticas separadas por campos, colinas, rios, estradas de terra e florestas. Você pode usar uma infinitude de veículos para explorar livremente o mapa, como quadriciclos, jipes, caminhões, carros de passeio, jet-skis, lanchas, helicópteros, aviões, hidroaviões e mais. Não há impedimentos de circulação: embora uma ou outra localidade esteja bloqueada para missões da história principal, 95% do mapa está aberto a você desde o primeiro momento. Quer ignorar as missões e sair explorando? Você pode.

É verdade que, às vezes, os cenários ficam repetitivos (as cabanas dos moradores são praticamente todas iguais, e em muitas nem dá pra entrar) e os cenários acidentados criam dificuldades para andar de um ponto a outro. Pelo menos existem dezenas de pontos de viagem rápida para evitar o cansaço e ir direto ao que interessa.

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Um ponto MUITO positivo do jogo é que, apesar de ter centenas de missões, ele permite ignorar a maioria e fazer apenas o que você quer. Inclusive dá para terminar o game em 10 minutos se você quiser. Você fica desobrigado de seguir uma história linear ou de cumprir missões secundárias apenas para evoluir seu personagem.

BALA PRA TODO LADO

(Reprodução/Ubisoft)

Há muitas armas para usar, como pistolas, shotguns, rifles de assalto e de precisão, lança-chamas, arcos, lança-foguetes, lança-granadas e até um estilingue. Isso sem falar na variedade de explosivos, como granadas, coquetéis molotov e bombas remotas. Antes de uma região ser libertada, a presença de inimigos é massiva: eles estão em propriedades de moradores, em carros que passam na estrada, em aviões que fazem ronda… é impossível não cruzar com eles a cada cinco minutos. Por isso, é essencial dominar as armas logo e aprender a exterminar os inimigos rapidamente.

A ideia do jogo é que, desde o começo, você já esteja meio pronto para encarar qualquer coisa. Por isso, as armas não têm melhoria de dano, apenas estratégicas (como miras de precisão, pentes maiores e silenciadores). Dessa forma, a metralhadora que você arranjar nos seus primeiros minutos já será tão potente quanto aquela que você usará para terminar o jogo. Assim, dá para achar rapidamente seus trabucos favoritos e se aperfeiçoar neles.

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Os inimigos estão quase sempre em grupo. É possível usar furtividade para nocauteá-los com as mãos ou então sair descendo a bala. Eles usam armas diversas, como pistolas, fuzis, rifles e até lança-chamas, então é preciso ser estratégico: às vezes, é bom eliminar alguns inimigos na surdina e só então se deixar ser visto. E aí, não basta saber mirar e atirar, mas também é preciso saber correr e procurar abrigo.

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Além dos capangas da Seita, você também lutará contra os Anjos, que são civis intoxicados por uma substância controladora de mentes, e com a vida selvagem, como ursos, bisões e pumas (que podem saltar em você do mato a qualquer instante).

MELHORIAS E COMPANHIAS

(Reprodução/Ubisoft)

Conforme realiza missões, você junta dinheiro e “vantagens”. O dinheiro pode ser usado para fazer melhorias em armas. Já as vantagens são contadas em pontos e servem para comprar melhorias para seu personagem. Por exemplo: ter menos dano de queda, carregar mais munição, andar mais rápido agachado, etc. As melhorias mais preciosas são as que aumentam a vida e a quantidade de armas que pode ser carregada (você começa só podendo ter duas, mas pode expandir até poder carregar quatro).

Também dá para melhorar os mercenários, que são aliados que você ganha ao completar missões específicas e que viram parceiros que andam ao seu lado. Você pode ter até dois deles ao mesmo tempo,e cada um tem uma habilidade específica: os humanos são especialistas em armas diferentes e os animais (um cachorro, um urso e um puma) são bons para identificar inimigos à distância e atacar de frente.

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Aliás, a dinâmica entre esses personagens é bem legal. Eles conversam com você e uns com os outros. Grace, por exemplo, tem um discurso mais sóbrio, enquanto Sharky faz piadas escatológicas e é o típico caipirão. Já Adelaide gosta de falar de sexo – se você a colocar ao mesmo tempo em que Grace, elas irão falar de vibradores. Já se você a colocar ao lado de Nick Rye, ela dirá que ele está na lista de “qualquer buraco”. As piadas são ótimas e a dublagem em português segura a onda.

Falando em dublagem, o jogo está 100% em português, a exemplo do que a Ubisoft tem feito com outros títulos, como Assassin’s Creed Origins. A dublagem não parece apressada ou feita de qualquer jeito, mas sim bem cuidada. E como é gostoso jogar ouvindo vozes conhecidas como as de Gilberto Barolli, Cassius Romero, Carlos Seidl, Alessandra Araújo, Leticia Quinto e tantas outras. Um grande acerto da desenvolvedora.

VEREDITO

(Reprodução/Ubisoft)

Far Cry 5 é um jogo com centenas de missões, um mapa gigantesco, variedade de armas e veículos e uma história bem interessante. Mais do que isso, é um jogo que te dá a liberdade para fazer as coisas do jeito que você quer. Ele tem potencial pra agradar mesmo quem não é fã da série ou não costuma jogar jogos de tiro em primeira pessoa.

Como ponto negativo, dá para citar a quantidade generosa de bugs na versão de lançamento (a maioria dos quais deve ser patcheada em futuros updates). Os bugs às vezes trocam itens de lugar, travam NPCs em pontos importantes e tornam algumas missões incompletáveis – mas nada que um “reiniciar do último checkpoint” não resolva. O game também tem momentos de dificuldade inexplicável – a batalha final contra John Seed, por exemplo, é tão absurda que só fica praticável se você mudar os controles do avião de Atirador para Clássico (uma dica que o game não dá, e que só descobri recorrendo à internet).

Se você procura diversão desenfreada, bom humor e um game que não lhe prenda a tarefas, Far Cry 5 tem potencial para te fazer feliz.

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