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Indonésia suspende visitas na ilha de Komodo após roubos de dragões

O maior lagarto do mundo é alvo de contrabandistas, que os vendem a R$ 135 mil cada para a fabricação de antibióticos "alternativos".

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 19 fev 2024, 14h54 - Publicado em 8 abr 2019, 17h28

Os dragões-de-komodo são, no quesito aparência, a coisa mais próximo de um dinossauro vivo que alguém desprovido de máquina do tempo verá na vida. Moradores do leste da Indonésia, eles podem chegar a três metros de comprimento e pesar até 135 quilos, além de possuir uma saliva altamente venenosa. Até o seu nome científico impõe respeito: Varanus komodoensis – poderia facilmente ser o nome de um dos dragões de Game of Thrones.

Admirar o maior lagarto do mundo é fácil. Observá-lo de perto, não. Os dragões vivem em poucas ilhas de um arquipélago que integra o Parque Nacional de Komodo, declarado patrimônio mundial da Unesco e voltado à preservação da fauna e flora endêmicas. Pois é. Existem apenas 6 mil dragões-de-komodo no planeta. A espécie, inclusive, é classificada como “vulnerável” pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Na última semana, o governo da Indonésia anunciou uma medida que irá dificultar o turismo no lar dos dragões. A ilha de Komodo, uma das maiores do Parque Nacional, fechará suas portas para visitação a partir de janeiro de 2020.

A medida, que era estudada desde o início do ano, foi oficializada após o Ministério do Meio Ambiente de lá revelar a prisão de uma rede de contrabando de dragões-de-komodo. Segundo o jornal indonésio Tempo, 41 animais teriam sido comercializados ilegalmente, a US$ 35 mil (R$ 135 mil) cada.

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O motivo do contrabando

Os dragões-de-komodo geralmente se alimentam de carniça – animais que já morreram e estão em processo de decomposição. Mas não é raro que eles precisem encurralar uma presa para garantir o que comer. Nesse caso, entra em ação a arma secreta do bicho: sua saliva. Ao morder um animal, a ferida entra em contato com ela, que possui uma série de bactérias nocivas e venenos que impedem a coagulação do sangue.

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Além da mordida venenosa, o dragão-de-komodo possui um mecanismo de proteção interessante. O sangue dessa espécie é lotado dos chamados peptídeos antimicrobianos – moléculas que inibem a ação de bactérias, fungos e vírus. Em outras palavras, o organismo desses animais é resistente contra infecções, inclusive a do próprio veneno. No entanto, essa característica é a que mais chama a atenção dos contrabandistas: o sangue do dragão é usado para desenvolver antibióticos “artesanais” (é pura feitiçaria, eles não funcionam).

Além da ideia de coibir o contrabando, vão aproveitar o fechamento da ilha de Komodo para definir estratégias de conservação para a espécie. Biólogos, ambientalistas e funcionários do parque irão analisar a disponibilidade de comida para os dragões, além de pesquisar mais sobre o ambiente da ilha e sobre as plantas exclusivas de lá.

As autoridades da Indonésia acreditam que a medida, que não tem data para terminar, irá ajudar a aumentar a população dos dragões-de-komodo. Mas calma, ainda é possível visitá-los: os animais também habitam outras regiões do parque que não foram fechadas, como as ilhas de Rinca e de Flores. Só não recomendamos que você chegue perto deles caso eles estejam no meio de uma briga:

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