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O que é a teoria do gato de Schrödinger?

O experimento é pura imaginação e não utilizou nenhum animal de verdade

Por Bruno Lazaretti
Atualizado em 22 fev 2024, 10h39 - Publicado em 12 ago 2014, 14h56

Este é o último capítulo da série Teorias com Nome

É um experimento mental (que só precisa ser imaginado para chegar a conclusões) inventado pelo físico austríaco Erwin Schrödinger em 1935. O objetivo era testar o Princípio da Incerteza, teoria sobre física quântica criada por Werner Heisenberg. Segundo o alemão, partículas subatômicas (como elétrons) estão em vários locais e girando em várias velocidades simultâneas ao mesmo tempo – até que um observador tenta medir onde e como elas estão, e assim as “força” a tomar uma única posição ou velocidade. Ou seja, a observação é capaz de definir a realidade em vez do contrário.

Atirei (ou não) o pau no gato

Calma! O experimento é pura imaginação e não utilizou nenhum animal de verdade

1. Um gato é colocado em uma caixa selada onde um único átomo radioativo é ligado a um aparato medidor que, por sua vez, está conectado a um martelo. O martelo paira sobre um frasco de veneno. Se o medidor detectar que o átomo radioativo decaiu, ou seja, perdeu um elétron, o martelinho quebra o frasco, o veneno vaza e o gato morre

2. A probabilidade de esse átomo perder ou não um elétron é incalculável. Pior: segundo o Princípio da Incerteza, a posição desse elétron é múltipla: ele está tanto perto do núcleo atômico (o átomo não decaiu) quanto longe (o átomo decaiu) ao mesmo tempo. Sua posição “definitiva” só é determinada se alguém observá-lo

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3. Como a vida ou a morte do gato está diretamente ligada à posição do elétron, e este está em mais de um lugar ao mesmo tempo, o gato também está em um estado múltiplo: tanto vivo quanto morto. O gato não tem capacidade de observar o átomo e, como a caixa está selada, ninguém pode ver nada ali dentro

4. Se um observador abre a caixa e olha para dentro, ele imediatamente determina, por observação, em que posição o elétron está, o que também define a vida ou a morte do gato. O paradoxo está na estranha situação do gato: afirmar que a observação é que determina vida ou morte do bichano em vez de apenas registrar o estado dele soa absurdo

Morreu-reu-reu?

Algumas interpretações são mais loucas que o próprio paradoxo

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O medidor age como “observador” e define a posição do elétron muito antes de a caixa ser aberta

Quando a caixa é aberta, o gato e o observador se “dividem” em dois “mundos” – um em que o gato morreu e outro em que está vivo

A probabilidade de o átomo decair não é incalculável – é só uma questão de repetir o experimento vezes o suficiente até descobrir essa probabilidade

FONTE Stanford Encyclopedia of Philosophy

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