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O que era Machu Picchu?

Era uma cidadela do Império Inca, que durou de 1438 a 1533 e ocupava, no auge, uma área do norte do Chile ao sul da Colômbia.

Por Felipe van Deursen
Atualizado em 14 fev 2020, 17h43 - Publicado em 24 set 2015, 15h51

 mapa

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ILUSTRA Paulo Torinno

Era uma cidadela do Império Inca, que durou de 1438 a 1533 e ocupava, no auge, uma área do norte do Chile ao sul da Colômbia. Localizada a 110 km da capital, Cusco,Machu Picchu servia, provavelmente, como uma mistura de centro de astronomia, local de culto e casa de campo do imperador Pachacútec.

Ela ficava escondida em uma montanha íngreme, cercada por picos mais altos, na zona de transição entre os Andes e a Amazônia. Trata-se de uma área de muitas nuvens, conhecida pelos peruanos como “sobrancelha da selva”. Por causa disso, ela permaneceu isolada dos conquistadores espanhóis.

Nos séculos seguintes, só habitantes locais sabiam de sua existência. Em 1911, o arqueólogo norte-americano Hiram Bingham a encontrou e apresentou ao mundo. Desde então,Machu Picchu se tornou um dos lugares mais icônicos do planeta.

intihuatana

Calendário na pedra

A Intihuatana servia para indicar os solstícios e equinócios, a partir de marcações da sombra feitas pelo Sol. Quando ela atingia o ponto máximo, era solstício de inverno (junho). A partir de então, os dias ficavam mais longos, o que servia para organizar os ciclos da agricultura

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Praça do céu

Na Praça Sagrada, ficavam o Templo das Três Janelas, o Templo Principal e a Casa do Alto Sacerdote. Ligada à Intihuatana por uma escadaria, era o centro privilegiado de observação celeste

Casinhas

Os aposentos onde Pachacútec, nono imperador inca, provavelmente se hospedava quando vinha à cidade correspondem ao Setor Real de Machu Picchu. Já o Bairro Comum era a área onde moravam os trabalhadores

rio vilcanota

Fé que move montanha

Machu Picchu ocupa todo o topo da montanha de mesmo nome, a 2.350 m de altitude. Especialistas acreditam que a colina era sagrada, devido à peculiar geografia do cenário, com o rio Vilcanota a abraçando, 300 m abaixo. Uma teoria diz que a montanha integrava uma rota sagrada até o lago Titicaca, berço da civilização inca, segundo a mitologia

Que vista!

No Huayna Picchu (2.720 m), os incas ergueram uma trilha até o topo, além de terraços e templos

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Crise hídrica?

O abastecimento de água era garantido por um canal de 749 m ligado a uma nascente. Ela alimentava 16 fontes interligadas

setor real

Sem puxadinho

Os incas encaixavam enormes blocos de pedra sem argamassa, usando ferramentas para polir arestas e montar os quebra-cabeças. Essa arquitetura é à prova de terremotos: se a terre treme, os blocos dançam, e depois voltam ao lugar original. Como os incas transportavam as rochas das montanhas ainda é um mistério

Astrônomos geniais

O Templo do Sol era um observatório astronômico. No solstício de inverno, o Sol nasce exatamente em uma fresta nas montanhas, iluminando a janela do templo. No solstício de verão (dezembro), ele nasce na Porta do Sol, por onde se chega em Machu Picchu ao fazer a famosa Trilha Inca

Cotidiano

A área urbana tinha casas, templos, mausoléus e praças. Já a área agrícola tinha terraços e recintos para armazenar alimentos. Os terraços serviam tanto para cultivo quanto para drenar a água da chuva

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Números

106 mil m² de área construída

250 níveis (40 na área urbana)

172 construções

1.200 habitantes

Mito derrubado

A cidadela não era um mistério total. Não para os peruanos. Hiram Bingham chegou a ela graças à ajuda de locais, que a conheciam como Picchu. Na época, três famílias moravam lá. Bingham ficou encantado, mas queria achar outra cidade, Vilcabamba. Localizada a 47 km a oeste, ela era o último refúgio do imperador. Com a confusão de Bingham, Machu Picchu acabou herdando, erroneamente, o título de última cidade inca.

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LEIA TAMBÉM

– Quem foram os incas, os maias e os astecas?

– O que acontecia na cidade secreta de Machu Picchu?

Consultoria Patricia Temoche Cortez, pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Peru e autora de Breve História dos Incas

Fontes Livro Arquitectura Andina, de Adine Gavazzi; sites MachuPicchu.gob.pe e Unesco

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