Os 11 maiores golpistas da história
Do sujeito que vendia a Estátua da Liberdade ao homem que "fundou" um país na América do Sul, essa galera era boa de lorota
Quer comprar uma fazenda na lua? Pois saiba que os sujeitos aqui certamente lhe venderiam uma! Mestres da lorota, eles ganharam uma bolada com os trambiques mais mirabolantes que se pode imaginar. Segure a sua carteira!
1) Frank Abagnale (1948-)
Local de nascimento: EUA
Principal ramo de atuação: Financeiro
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 6 milhões
Frank W. Abagnale, vigarista que inspirou o filme Prenda-me se For Capaz, iniciou a “carreira” aos 16 anos, falsificando cheques que descontava sem a menor dificuldade, de tão perfeitos. Logo, além de cheques falsos, passou a faturar com identidades de araque. O figura assumiu vários disfarces, desde médico e advogado até piloto de avião, dando golpes pelos EUA e por outros países. Preso pela polícia francesa em 1969, só ficou em cana até 1974. O sujeito era tão “profissional” que acabou sendo solto após um acordo para ajudar o governo americano na luta contra falsários como ele. Hoje está podre de rico, à custa da empresa de consultoria contra fraudes que abriu.
2) George C. Parker (1870-1936)
Local de nascimento: EUA
Principal ramo de atuação: Turístico
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): Não se sabe. Cada Estátua da Liberdade saía por 9 mil
Se Nova York é a cidade que nunca dorme no ponto, o mesmo não se pode dizer dos turistas que caíam na conversa de George C. Parker. Com uma lábia de dar inveja a qualquer golpista que se preze, o figura vendia a Estátua da Liberdade e outros cartões postais da cidade com a promessa de que o novo dono enriqueceria com a venda de ingressos para as atrações – a Ponte do Brooklyn era a que mais saía, numa média de duas por semana. Os bobões só se davam conta do golpe quando começavam a cobrar ingresso e a polícia os impedia. Parker passou os últimos anos de vida na cadeia, divertindo os carcereiros com as histórias que contava.
3) Victor Lustig (1890-1947)
Local de nascimento: Boêmia (atual República Tcheca)
Principal ramo de atuação: Industrial
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 2,25 milhões (só com a venda da Torre)
O cara já era especialista em enganar até outros golpistas – a quem vendia máquinas de falsificar dinheiro fajutas -, mas entrou para o rol dos grandes calhordas com o golpe da Torre Eiffel. Em 1925, dizendo ser representante do governo francês, e que este não conseguia arcar com os custos de manutenção da estrutura, Victor Lustig a vendeu como sucata a um ingênuo empresário do ramo de ferro-velho. Para convencer a vítima de que era mesmo funcionário público, cobrou até uma propininha à parte. A farra acabou em meados dos anos 30, nos EUA, onde foi preso por outros golpes e enviado para Alcatraz.
4) Artur Virgílio Alves Reis (1896-1955)
Local de nascimento: Portugal
Principal ramo de atuação: Financeiro
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 375 milhões
O lisboeta Artur Virgílio Alves Reis não só foi o mentor da maior falsificação de dinheiro da história como deu um toque especial a ela. Em vez de forjar a grana numa maquineta qualquer, em 1925, após meses de preparação meticulosa, o sujeito se fez passar por um representante do Banco de Portugal e encomendou 200 mil notas de 500 escudos à gráfica inglesa responsável por esse serviço. O falsário cara-de-pau criou até um banco para desovar a grana no mercado português. O esquema do portuga malandro, que acabou pegando 15 anos de xilindró, só naufragou quando as autoridades perceberam que o mundaréu de cédulas novas em circulação tinha numeração duplicada.
5) Joseph Weil (1875-1976)
Local de nascimento: EUA
Principal ramo de atuação: Produtos milagrosos
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 18 milhões
Natural de Chicago, Joseph Weil trabalhava no setor de cobranças quando percebeu que colegas embolsavam parte da grana que recolhiam dos devedores. Ele então pediu uma comissão para ficar de bico fechado. Pronto, aí nascia Yellow Kid, trapaceiro tão notório que inspirou até o filme O Golpe de Mestre, de 1973. O mutreteiro vendia água de chuva como se fosse elixir e lucrava em cima de cachorros que “falavam” – impressão que a laringite nos bichos dava. Weil era tão detalhista em suas armações que, em um de seus golpes, chegou a construir um banco de mentira e a escalar atrizes para convencer sua vítima de que a história era real. E o cara teve uma carreira longa: morreu aos 100 anos, em 1976.
6) Christophe Rocancourt (1967-)
Local de nascimento: França
Principal ramo de atuação: Investimentos
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 90 milhões (estimativa)
O francês Christophe Rocancourt poderia até hoje estar se passando por Christopher Rockfeller – um descendente do multibilionário americano – e enganando meio mundo da alta-roda em Nova York, se não tivesse cometido um pecado mortal para alguém tão bem-nascido: numa degustação, em 2000, bebeu um vinho vagabundo e disse que era um requintado Bordeaux. Começava aí a ruir sua imagem de magnata, que ele usava para tirar dinheiro de gente com grana de verdade – com ajuda do sobrenome famoso, ele convencia os incautos a deixar uma bolada na sua mão para ser investida. Desmascarado, o larápio foi preso em 2001 e pegou cinco anos de xilindró.
7) Marcelo Nascimento da Rocha (1976-)
Local de nascimento: Brasil
Principal ramo de atuação: Entretenimento
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): Regalias em eventos e noitadas com modelos interesseiras
Aos 25 anos, Marcelo Nascimento trabalhava como piloto do tráfico quando, em 2001, resolveu deixar de ser empregado para virar patrão. Encantado com a figura de Henrique Constantino, filho do dono da Gol, se mandou para Recife, onde se fez passar pelo jovem milionário para curtir um Carnaval temporão com todas as regalias. Já chegou esbanjando, a bordo de um helicóptero que conseguira emprestado graças à boa lábia. O malandro voltou à dura realidade quando uma secretária da Gol o viu e desmentiu a história. Preso mais tarde por crimes como estelionato e associação com o tráfico, ele passou para o regime semiaberto recentemente. Sua história inspirou o filme VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso e hoje ele vive de fazer palestras sobre o poder da persuasão.
8) John Brinkley (1885-1942)
Local de nascimento: EUA
Principal ramo de atuação: Médico
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 290 milhões
John Brinkley passou por várias faculdades de medicina meia-boca até conseguir licença de trabalho. Em 1918, então, iniciou a prática de sua especialidade “médica”: implantar testículos de bode para resgatar a virilidade masculina. Os índices de rejeição, claro, eram catastróficos: ao longo dos anos, mais de 40 pessoas morreram em suas mãos. Ele chegou a ter um programa de rádio, que usou para atrair milhares de pacientes. Mas as asneiras com o bisturi lhe custaram caro. Quando morreu, em 1942, estava pobre, cheio de processos nas costas e não tinha uma perna, por causa de uma doença.
9) Bernard Madoff (1938-)
Local de nascimento: EUA
Principal ramo de atuação: Financeiro
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 110 bilhões
O investidor Bernard Madoff é responsável por um dos maiores golpes da história, um esquema de pirâmide financeira que, desde os anos 80, teria movimentado pelo menos 110 bilhões de reais! A lista de (milhares de) vítimas que investiram suas economias com o gaiato inclui desde aposentados até gente famosa, como o cineasta Steven Spielberg. A pirâmide funcionava assim: o dinheiro de novos investimentos pagava os que estavam para vencer; só que, como a maioria das pessoas não retirava esse “lucro” – que, na realidade, só existia no papel -, o velhaco é que ficava com a grana real. Preso em março de 2009, Madoff pode pegar 150 anos de cana…
10) Gregor MacGregor (1786-1845)
Local de nascimento: Reino Unido
Principal ramo de atuação: Imobiliário
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): 50 milhões
Em 1820, o soldado escocês Gregor MacGregor chegou a Londres dizendo ter criado um país na América Latina, de nome Poyais, e que buscava gente disposta a investir nos 32.400 km² de terra fértil. A farsa consistia em vender lotes e trocar libra esterlina por dólar de Poyais. Navios com colonizadores chegaram a sair da Europa, mas, claro, ancoraram num canto qualquer da América. A maioria dos 270 passageiros morreu vítima de doenças tropicais. Mais tarde ele se mandou para a Venezuela, onde passou seus últimos anos numa boa.
11) Horace de Vere Cole (1881-1936)
Local de nascimento: Reino Unido
Principal ramo de atuação: Diversão
Quanto ganhou (valores atualizados em R$): Nada
Em meio à nossa galeria de pilantras, o inglês Horace de Vere Cole é quase um padre. É que ele só fazia das suas pelo gosto da piada, sem tirar um tostão das vítimas. Em 1910, por exemplo, ele e outros amigos entraram num navio da Marinha britânica e se fizeram passar por uma delegação da Abissínia (atual Etiópia), com direito a trajes loucos e uma língua sem nexo que inventaram. O capitão só faltava lamber o chão para o falso imperador. Em outra traquinagem, colocou um monte de amigos carecas sentados em lugares específicos da plateia de um teatro de modo que a cabeça deles “escrevesse” um palavrão que só quem estava no balcão poderia ver.