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Os maiores escândalos de corrupção do Brasil

Por Claudia Lima
Atualizado em 22 fev 2024, 10h48 - Publicado em 24 fev 2012, 22h04

(ATENÇÃO: esta matéria é de março/2012)

Por causa dela, perdemos R$ 12 bilhões em investimentos privados em 2011 – o equivalente a R$ 1,2 mil pagos anualmente por cada trabalhador brasileiro. Conheça os casos mais notórios dos últimos 20 anos*

per-122-corrupcao-brasil10. Me dá um dinheiro aí

CASO: Máfia dos fiscais

ROMBO: R$ 18 milhões

QUANDO: 1998 e 2008

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ONDE: Câmara dos vereadores e servidores públicos de São Paulo.

Comerciantes e ambulantes (mesmos aqueles com licença para trabalhar) eram colocados contra a parede: se não pagassem propinas, sofriam ameaças, como ter as mercadorias apreendidas e projetos de obras embargados. O primeiro escândalo estourou em 1998, no governo de Celso Pitta. Dez anos mais tarde, uma nova denúncia deu origem à Operação Rapa.

9. Olha essa mesada!

CASO: Mensalão

ROMBO: R$ 55 milhões

QUANDO: 2005

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ONDE: Câmara Federal

Segundo delatou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, acusado de envolvimento em fraudes dos Correios, políticos aliados ao PT recebiam R$ 30 mil mensais para votar de acordo com os interesses do governo Lula. Dos 40 envolvidos, apenas três deputados foram cassados. A conta final foi estimada em R$ 55 milhões, mas pode ter sido muito maior.

8. Siga aquela ambulância

CASO: Sanguessuga

ROMBO: R$ 140 milhões

QUANDO: 2006

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ONDE: Prefeituras e Congresso Nacional

Investigações apontaram que os donos da empresa Planam pagavam propina a parlamentares em troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até 260%. Membros do governo atuavam nas prefeituras para que empresas ligadas à Planam ganhassem as licitações. Nenhum dos três senadores e 70 deputados federais envolvidos no caso perdeu o mandato.

7. Pobre Amazônia

CASO: Sudam

ROMBO: R$ 214 milhões

QUANDO: 1998 e 1999

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ONDE: Senado Federal e União

Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011.

6. Navalha na carne

CASO: Operação Navalha

ROMBO: R$ 610 milhões

QUANDO: 2007

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ONDE: Prefeituras, Câmara dos Deputados e Ministério de Minas e Energia

Atuando em nove estados e no Distrito Federal, empresários ligados à Construtora Gautama pagavam propina a servidores públicos para facilitar licitações de obras. Até projetos ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa Luz Para Todos foram fraudados. Todos os 46 presos pela Polícia Federal foram soltos.

5. Bilhete premiado

CASO: Anões do orçamento

ROMBO: R$ 800 milhões

QUANDO: De 1989 a 1992

ONDE: Congresso Nacional

Sete deputados (os tais “anões”) da Comissão de Orçamento do Congresso faziam emendas de lei remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. Ficou famoso o método de lavagem do dinheiro ilegal: as sucessivas apostas na loteria do deputado João Alves.

4. Cadê o fórum?

CASO: TRT de São Paulo

ROMBO: R$ 923 milhões

QUANDO: De 1992 a 1999

ONDE: Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo

O Grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão, perdeu a licitação para a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A vencedora, Incal Alumínio, deu os direitos para o empresário Fabio Monteiro de Barros. Mas uma investigação mostrou que Fabio repassava milhões para o Grupo OK, com aval de Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, ex-presidente do TRT-SP.

3. Precinho camarada

CASO: Banco Marka

ROMBO: R$ 1,8 bilhão

QUANDO: 1999

ONDE: Banco Central

Com acordos escusos, o Banco Marka, de Salvatore Cacciola, conseguiu comprar dólar do Banco Central por um valor mais barato que o ajustado. Uma CPI provou o prejuízo aos cofres públicos, além de acusar a cúpula do BC de tráfico de influência, entre outros crimes. Cacciola foi detido em 2000, fugiu para a Itália no mesmo ano e, preso em Mônaco em 2008, voltou ao Brasil deportado.

2. Chama o Van Helsing

CASO: Vampiros da Saúde

ROMBO: R$ 2,4 bilhões

QUANDO: De 1990 a 2004

ONDE: Ministério da Saúde

Empresários, funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público fraudando licitações para a compra de derivados do sangue usados no tratamento de hemofílicos. Propinas eram pagas para a Coordenadoria Geral de Recursos Logísiticos, que comandava as compras do Ministério, e os preços (bem acima dos valores de mercado) eram combinados antes. Todos os 17 presos já saíram da cadeia.

1. Manda pra fora

CASO: Banestado

ROMBO: R$ 42 bilhões

QUANDO: De 1996 a 2000

ONDE: Paraná

Durante quatro anos, cerca de US$ 24 bilhões foram remetidos ilegalmente do antigo Banestado (Banco do Estado do Paraná) para fora do país por meio de contas de residentes no exterior, as chamadas contas CC5. Uma investigação da Polícia Federal descobriu que as remessas fraudulentas eram feitas por meio de 91 contas correntes comuns, abertas em nome de “laranjas”. A fraude seria conhecida por gerentes e diretores do banco. Foram denunciados 684 funcionários – 97 foram condenados a penas de até quatro anos de prisão. O estado obteve o retorno de arrecadação tributária de cerca de R$ 20 bilhões.

*Valores estimados e atualizados pela inflação

Fontes: Andre Carraro, professor do departamento de economia da Unversidade Federal de Pelotas e especialista em corrupção, Museu da Corrupção, Controladoria-Geral da União, ONG Transparência Brasil, site Consultor Jurídico, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo

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