Porque nosso aparelho vocal fica repleto de hélio, gás usado para inflar os balões. “Como a velocidade do som no hélio é maior do que no ar, o timbre da voz fica distorcido”, diz o físico Joe Wolfe, especialista em fala da Universidade New South Wales, na Austrália. Ao se formar nas cordas vocais, o som da voz ainda é bem fraquinho. Mas ao caminhar pela garganta, boca e cavidades nasais ele ricocheteia pelas paredes dessas estruturas e aumenta de volume. O veículo que o som usa para percorrer esse caminho, claro, é o ar. Nesse meio, o som viaja a 1 191 km/h, determinando o jeitão normal de nossa voz.
No hélio, como a velocidade chega a 3 207 km/h, o som vai rebater quase três vezes mais rápido nas paredes do aparelho vocal. A voz, então, vai ganhar um timbre estilo Pato Donald. Apesar de engraçada, a experiência pode ser perigosa. Há até registros de pessoas que morreram ao inalar muito hélio nessa brincadeira! O máximo que dá para fazer sem risco é respirar o gás de uma pequena bexiga – e só por uma fração de segundo.