Por que temos a tendência de levar ferimentos à boca?
Por causa da herança de um hábito cultivado por nossos ancestrais. “Desde a Antiguidade, o homem já usava sua própria saliva para o tratamento de lesões externas, como ferimentos, herpes, úlceras infectadas e varíola”, diz o microbiologista José Luiz De Lorenzo, da Universidade de São Paulo (USP). Assim, levar os ferimentos à boca é uma […]
Por causa da herança de um hábito cultivado por nossos ancestrais. “Desde a Antiguidade, o homem já usava sua própria saliva para o tratamento de lesões externas, como ferimentos, herpes, úlceras infectadas e varíola”, diz o microbiologista José Luiz De Lorenzo, da Universidade de São Paulo (USP). Assim, levar os ferimentos à boca é uma espécie de sabedoria popular, transferida de geração para geração há milênios. E esse costume tem um certo sentido, pois a saliva – assim como a lágrima e o leite materno – possui várias enzimas e anticorpos capazes de destruir microorganismos, por isso ela é uma excelente fonte de defesa para a boca. “Mas não dá para concluir que esse efeito será o mesmo se a saliva for aplicada em um ferimento em outro local”, diz José Luiz.
Além disso, há alguns perigos. A saliva de quem tem problemas de inflamação na gengiva ou nos dentes pode levar bactérias da boca para o ferimento, infeccionando o local. “Há também o risco inverso, ou seja, a transmissão de germes nocivos da ferida para a boca da pessoa”, afirma José Luiz. Portanto, o melhor a fazer é evitar esse velho hábito.