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Quais as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia?

O Brexit terá um impacto pesado na economia (tanto na do Reino Unido quanto da UE), afetará o combate ao terrorismo e pode até alterar o futebol inglês

Por Bruno Machado
Atualizado em 22 fev 2024, 10h07 - Publicado em 27 fev 2018, 13h01
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  • PERGUNTA Ingrid Luísa, Teresina, PI

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    Nem todas as consequências estão claras, já que esta é a primeira vez que alguém abandona o bloco econômico desde sua criação, em 1993. Mas já há previsões do impacto na economia, na política e na sociedade, tanto do Reino Unido quanto da Europa.

    A polêmica começou em junho de 2016, quando os britânicos votaram por romper com a UE, o chamado “Brexit” (fusão das palavras “saída” e “britânica” em inglês). O resultado expôs uma rixa entre diferentes segmentos da população e causou a queda do primeiro-ministro David Cameron, substituído por Theresa May. Ela agora precisa conduzir a saída da maneira mais suave possível e correr contra o tempo, já que o processo tem que acabar até 29 de março de 2019.

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    Confira algumas das consequências apontadas pelos historiadores, políticos e analistas sociais:

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    (Bruno Ferreira/Mundo Estranho)

    CAOS NO SISTEMA LEGISLATIVO
    Com a saída, muitas leis europeias vigentes no Reino Unido perdem a validade. Para evitar “buracos” na legislação, a primeira-ministra Theresa May fez uma proposta polêmica: o Reino Unido absorveria todas as normas da UE e, após um período de transição, cada uma delas seria avaliada, atualizada ou revogada – mas sem necessariamente consultar o Parlamento. Seria um trabalho gigantesco. Claro que os membros do Poder Legislativo não gostaram.

    INSTABILIDADE ECONÔMICA NA UNIÃO EUROPEIA
    Em 2014, o Reino Unido contribuiu com 11,3 bilhões de euros à UE, o segundo maior valor oferecido pelos países-membros. Ao lado da Alemanha e da França, ele é um dos pilares da economia desse continente. Com o Brexit, essa responsabilidade recairá quase totalmente sobre os alemães. Se eles não conseguirem manter a estabilidade do euro, o bloco todo pode naufragar.

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    IMPOSTO BILIONÁRIO (E IMPAGÁVEL?)
    Também para compensar esse rombo no orçamento europeu, o Reino Unido será forçado a pagar uma multa. O valor ainda é um dos assuntos mais sensíveis nas negociações. Especulam-se cifras astronômicas, mas mesmo os cálculos mais realistas indicam que a conta do divórcio ficará bem alta: entre 60 e 100 bilhões de euros, um impacto enorme nas finanças do Estado.

     

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    ECONOMIA ENCOLHIDA
    As outras previsões para a economia do Reino Unido também não são das melhores. Com o fechamento das fronteiras, os produtos ingleses devem ficar mais caros e, consequentemente, menos competitivos nos países europeus, que são seus principais parceiros comerciais. O Fundo Monetário Internacional prevê que o PIB britânico deve diminuir em até 9,5%.

    IMPACTO NO MERCADO DE TRABALHO
    Segundo pesquisa da Confederação da Indústria Britânica, 40% dos empresários locais sentiram impactos negativos nos investimentos em seus negócios após o referendo. Alguns problemas já apareceram: falta mão de obra na construção civil e na agricultura, setores que mais empregam imigrantes. Aliás, a situação dos imigrantes é outra questão complicada nas negociações entre Reino Unido e UE.

    DIREITOS DOS IMIGRANTES
    Muita gente votou a favor do Brexit para reduzir o número de imigrantes no Reino Unido. Para os 3,2 milhões de europeus que já vivem ou trabalham lá, o governo prometeu a possibilidade de candidatura a um visto permanente, mas não dá mais detalhes. Insatisfeita, a UE pediu que May apresentasse medidas “mais claras e ambiciosas” a respeito do futuro dessa população e seus direitos. (Uma política anti-imigração severa seria fatal para o futebol inglês: times como Aston Villa, Newcastle e Watford perderiam seus maiores craques.)

    OUTROS PAÍSES PODEM SEGUIR O EXEMPLO
    Apesar de a experiência britânica mostrar como essa ruptura é difícil, vários movimentos ultranacionalistas em outros países também querem entrar na onda. Porém, eles ainda não têm força política o suficiente para conseguir sua “exit”, e eleições recentes na Holanda, Alemanha e França consagraram candidatos que prometeram manter tudo como está.

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    A RIXA COM A ESCÓCIA
    A Escócia faz parte do Reino Unido e também teria que sair do bloco europeu. A primeira-ministra de lá votou contra o Brexit e até chegou a pedir um novo referendo, que foi negado pela Inglaterra. O Partido Nacional Escocês, que está no poder, é adepto de uma ideia radical: um plebiscito em 2019 propondo separar a Escócia do Reino Unido. Assim, ela poderia continuar na União Europeia.

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    TERRORISMO E SEGURANÇA
    Para a Europol, força policial pan-europeia, o Brexit afetará gravemente o combate ao crime organizado, aos crimes virtuais e ao terrorismo em todo o continente. Para compensar, os britânicos já ofereceram aos vizinhos um tratado de cooperação pela segurança nacional, similar ao assinado pelos países-membros da União Europeia.

     

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    E SE…

    .. o Reino Unido mudar de ideia?
    Sim, a possibilidade existe. Embora o resultado do plebiscito seja forte demais para ser ignorado, o processo de saída é tão complexo, e o tempo de negociações tão curto, que o governo britânico pode simplesmente desistir.

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    … não Reino Unido e UE não concordarem sobre as regras de sua saída?
    A ruptura trará uma crise sem precedentes. Os efeitos mais graves ocorrerão no comércio exterior: as transações passarão a ser mediadas pela Organização Mundial do Comércio, o que significa tarifas mais altas, maior fiscalização e, portanto, produtos muito mais caros.

    … o Reino Unido quiser voltar a fazer parte da UE?
    O país teria de obedecer um rigoroso protocolo estabelecido pela União Europeia e todos os membros teriam de aceitá-lo de volta. Além disso, teria de adotar, obrigatoriamente, o euro como moeda oficial.

     

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    CONSULTORIA Prof. dr. Kai Lehmann, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP)
    FONTES UOL, G1, ESPN, EXAME, BBC, Folha de S.Paulo, Business Insider, Newsweek e Financial Times

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