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Top 11: Os piores desastres ambientais da história

Quando a humanidade falha e empresas ou governos se omitem, os impactos são enormes - não apenas ecológicos mas também econômicos e sociais

Por Anna Carolina Rodrigues
Atualizado em 22 fev 2024, 10h25 - Publicado em 18 Maio 2016, 19h04
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ILUSTRAS Aluísio Cervelle Santos

Quando a humanidade falha e empresas ou governos se omitem, os impactos são enormes – não apenas ecológicos mas também econômicos e sociais

11) Inferno na terra

TIPO Vazamento químico

ONDE Cubatão, Brasil

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QUANDO 1984

Devido a um erro humano, cerca de 700 mil litros de gasolina vazaram de um oleoduto da Petrobras e causaram um incêndio de proporções catastróficas na favela Vila Socó. Estima-se que 500 pessoas tenham morrido, incluindo mais de 400 crianças. Mas apenas 86 corpos foram achados. Os outros foram completamente eliminados pelas chamas, que atingiram 1.000 oC, temperatura semelhante à utilizada por crematórios durante apenas três minutos

10) Azul é a cor mais quente

TIPO Vazamento radioativo

ONDE Goiânia, Brasil

QUANDO 1987

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O dono de um ferro-velho encontrou, em um aparelho antigo de radioterapia, uma cápsula com 19 g de um pó branco com luz azulada. Acreditando que era valiosa, mostrou à família e amigos. Mas a substância era cloreto de césio, que causou vômitos e tontura e, mais tarde, quatro mortes. Cerca de 120 pessoas foram contaminadas e mil são monitoradas até hoje

9) Fracasso em segredo

TIPO Vazamento radioativo

ONDE Kyshtym, Rússia

QUANDO 1957

O sistema de resfriamento de um dos reatores da usina nuclear de Mayak falhou, causando uma explosão que espalhou uma nuvem de radiação por cerca de 20 mil km2. No auge da Guerra Fria, o governo soviético acobertou o escândalo, evacuando 10 mil pessoas em segredo. Estima-se que, posteriormente, cerca de 8 mil tenham morrido como resultado do acidente. Até hoje a região mantém traços de contaminação por radiação

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8) Cenário de guerra

TIPO Vazamento químico

ONDE Seveso, Itália

QUANDO 1976

Falha humana, explosão e liberação de veneno no ar de novo. Desta vez, numa fábrica da empresa suíça Hoffman-La Roche, que produzia triclorofenol, usado em produtos antibacterianos, mas que, quando aquecido, forma dioxina – substância usada na arma química agente laranja. Famílias sofreram com dor de cabeça, tosse, diarreia e lesões na pele. Mais de 50 mil animais morreram ou tiveram de ser abatidos. Dois diretores da Hoffman-La Roche foram presos, e a empresa gastou US$ 162 milhões em indenização e custos de limpeza

7) O preço de um porre

TIPO Vazamento químico

ONDE Mar de Prince William Sound, EUA

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QUANDO 1989

O petroleiro Exxon Valdez, da empresa Exxon, encalhou e dispersou 250 mil barris de óleo cru na costa do estado do Alasca. O motivo? O capitão havia abandonado o posto depois de ter bebido demais! Quem pagou o pato foi a fauna local: morreram 250 mil pássaros marinhos, 22 orcas, 250 águias e bilhões de ovas de salmão. A empresa foi multada em US$ 507 milhões – um valor polêmico, porque foi considerado baixo diante dos lucros da companhia

6) Mar de lama

TIPO Vazamento químico

ONDE Bento Rodrigues, (MG), Mariana (MG) e Vale do Rio Doce

QUANDO 5 de novembro de 2015

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Foi a tragédia que parou o Brasil – e repercutiu no mundo todo. Uma barragem que continha lama contaminada do processo de mineração da empresa Samarco, no interior de Minas Gerais, se rompeu. Os resíduos avançaram sobre Mariana e cidades vizinhas, matando 18 pessoas e contaminando a bacia do Rio Doce, que abastece mais de 230 municípios no estado e em Espírito Santo. O impacto ecológico foi devastador: o IBAMA acredita que mais de 80 espécies do rio estão em risco, 12 são exclusivas desse habitát e podem ter sido extintas. Especialistas acreditam que o rio jamais se recuperará novamente. A Reserva Ecológica de Comboios, que serve como área de desova da tarataruga-de-couro, foi seriamente afetada.Os dejetos levados até o mar só devem ser eliminados da natureza depois de 100 anos

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5) 87 dias de ineficiência

TIPO Vazamento químico

ONDE Golfo do México, EUA

QUANDO 2010

A explosão da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, da British Petroleum, matou 11 pessoas, deixou 17 feridos e rompeu tubulações no fundo do oceano. Cerca de 3,9 milhões de barris de petróleo contaminaram as águas por 87 dias – tempo que a empresa levou para fechar o vazamento. A vida marítima foi gravemente afetada e as praias ficaram interditadas por vários meses

4) Veneno lento

TIPO Vazamento químico

ONDE Minamata, Japão

QUANDO De 1930 a 1970

Nos anos 50, moradores da baía de Minamata começaram a ter convulsões ou nascer com deformações pelo corpo. Eram os efeitos do mercúrio que a eletroquímica Chisso despejava nas águas desde os anos 30. Mas a empresa não só negou envolvimento como escondeu relatórios internos que provavam sua culpa e ainda aumentou a produção nos 18 anos seguintes. Cerca de 2.200 pessoas morreram e 3 mil ficaram doentes. O processo de descontaminação da região só acabou em 1997

3) Recalque de perdedor

TIPO Vazamento químico

ONDE Golfo Pérsico, Kuwait

QUANDO 1991

Antes de se render no final da Guerra do Golfo e abandonar o Kuwait, o Exército do Iraque explodiu 700 poços de petróleo do país. Até ser controlado por 10 mil bombeiros de 34 países, o incêndio durou inacreditáveis oito meses e dispersou fumaça por 7 mil km2, chegando até a União Soviética. Morreram mil pessoas, além de 30 mil pássaros presos no óleo ou queimados

2) Fumaça letal

TIPO Vazamento químico

ONDE Bhopal, Índia

QUANDO 1984

Outro caso em que a falta de transparência da empresa dificultou o tratamento e causou ainda mais mortes. Desta vez, a culpa foi da Union Carbide, cuja fábrica de pesticidas liberou acidentalmente 40 toneladas de gás tóxico com isocianato de metila. Mais de 500 mil pessoas foram expostas e 150 mil sofreram com ardor nos olhos, na garganta e cegueira. Entre 3 mil e 10 mil morreram, muitas por sufocamento. Além disso, outras 30 mil faleceram nos anos seguintes

1) Herança radioativa

TIPO Vazamento radioativo

ONDE Chernobyl, Ucrânia

QUANDO 1986

O pior acidente nuclear da história foi consequência de uma explosão após uma série de erros humanos durante testes em uma usina de energia. Até que o incêndio fosse controlado, nove dias depois, uma nuvem radioativa exigiu a evacuação de 45 mil pessoas e chegou a atingir outros países da Europa. A radiação emitida foi cem vezes maior que a das bombas de Hiroshima e Nagasaki, na 2ª Guerra Mundial.Novamente, o governo russo tentou encobrir tudo, mas pesquisadores na Suécia estranharam o aumento nos níveis de radiação em seu território. Na época, houve 31 mortes, mas as consequências piores vieram a longo prazo: 350 mil pessoas remanejadas, milhares delas com doenças graves desenvolvidas após a exposição, 10 km2 de “floresta vermelha” (pinheiros deformados após absorver a radiação) e US$ 480 bilhões gastos para limpar a região.

FONTES Livro This Borrowed Earth, de Robert Emmet Hernan, artigo “The Costs of Failure: A Preliminary Assessment of Major Energy Accidents, 1907-2007”, de Benjamin K. Sovacool, United States Environmental Protection Agency, Greenpeace e sites O Globo, Folha de S. Paulo, VEJA e Bophal

CONSULTORIA Coppe UFRJ e professores Davi Gasparini Fernandes Cunha e Eduardo Mario Mendiondo da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (EESC-USP

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