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Tudo que rolou no Campeonato Brasileiro de League Of Legends

Em uma série acirrada, a KaBuM E-Sports levou o título de campeã. Mas sua trajetória foi muito mais emocionante do que apenas os jogos da final!

Por Da Redação
Atualizado em 22 fev 2024, 10h05 - Publicado em 9 abr 2018, 17h39

No último sábado (7), fãs de todo o Brasil acompanharam a vitória de 3 a 2 da KaBuM E-Sports sobre a Vivo Keyd na final da primeira etapa do CBLOL 2018. Eu assisti aos cinco jogos no estúdio da Riot Games em São Paulo, onde cerca de 200 torcedores vibravam sentados na arquibancada, gritando e fazendo barulho a cada jogada de seus ídolos. Não foi minha primeira vez no estúdio — acompanhei o campeonato inteiro por lá, tendo a oportunidade de conhecer e entrevistar os mais de 40 jogadores de 8 times que disputaram o título nessa edição. Ela foi, no entanto, minha primeira final presencial, importante e significativa visto que sou fã do e-sport desde 2014.

Na entrada do estúdio, a mesma paixão que me trouxe ao evento era vista nos torcedores, que chegavam ao local entre sorrisos e, logo na entrada, ganhavam camisetas da KaBuM, entregues pela equipe. A favorita ao título, sem hesitação, era a Keyd — os jogadores adquiridos pela organização formam o conjunto mais vitorioso da história do League Of Legends brasileiro. Yang, Revolta, Tockers, Micao e Jockster foram campeões brasileiros pela INTZ E-Sports três vezes, representando o Brasil no Campeonato Mundial em 2016. Até esse ano, a formação sequer tinha perdido uma série no CBLOL!

A KaBuM, por outro lado, vinha como candidata ao rebaixamento direto. No CBLOL, o resultado da fase de pontos define alguns resultados de cara — o primeiro colocado vai direto para a final do torneio, e o último, cai para a segunda divisão, o Circuito Desafiante. Os meninos vestidos de laranja tinham acabado de vencer o Circuito, voltando para o campeonato após uma crise na organização, no ano passado. Os outros sete times participantes vinham com promessas difíceis de serem superadas, como a reunião do quinteto mencionado acima e dois jogadores vindos da Coreia, região mais forte no LoL mundial, na Red Canids Corinthians. Considerando a falta de estrelas em sua escalação, muitos acreditavam que a KaBuM não se manteria na elite esse semestre.

Jogadores da KaBuM na primeira semana do campeonato (Riot Games Brasil/Divulgação)

O resultado, porém, foi inesperado em muitos sentidos. Lembra no ano passado, quando escrevemos sobre a final entre a Team One e a Pain Gaming? A atual campeã brasileira e a vice ficaram na situação mais crítica possível no final da fase inicial deste ano, dividindo o oitavo lugar e, portanto, com o pé na segunda divisão. A KaBuM, em compensação, atropelava — ficou invicta até a penúltima semana, quando perdeu para seu rival finalista, a temida Vivo Keyd. A derrota não abalou a equipe, e, com a vitória seguinte contra a INTZ E-Sports, também candidata ao título, se garantiu na final no último domingo de março (24/03),  mesmo dia em que a Pain Gaming, organização mais tradicional do Brasil, caiu para a segunda divisão.

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Foi um choque. Nem a Red Canids, rival dessa última série, parecia feliz em rebaixar a equipe. Entre muitas lágrimas no estúdio, o suporte Loop fez questão de dar satisfações à imprensa, tendo a consciência de que suas palavras seriam repassadas à torcida imensa, apaixonada e, naquele momento, desolada. O luto durou alguns dias, mas foi quebrado pelas eliminatórias da segunda divisão — o Flamengo E-Sports era a grande promessa, mas foi eliminado na grande final pela Ilha da Macacada Gaming. Eles ainda têm chances de subir à elite do LoL brasileiro pela série de promoção, onde jogarão contra o 7º colocado na classificação geral. Mas, até agora, já deu pra perceber que as estatísticas e expectativas vêm sendo descartadas pela imprevisibilidade…

Uma semana se passou, eu me sentia quase de volta ao posto de fã na espera ansiosa pela confirmação de que eu estava cadastrada para assistir a final presencialmente. A realização do sonho estava mais próxima quando minha credencial foi anunciada, e, no dia 7 de abril, compareci ao estúdio, onde alguns fãs conversavam com os jogadores da Vivo Keyd nos portões. A abertura foi simples, com algumas entrevistas e o esperado duelo de natação entre o streamer YoDa e o técnico Abaxial — meme na comunidade após a descoberta de que os dois praticaram o esporte durante muitos anos. O técnico foi vitorioso e, após outros quadros na transmissão, a escolha de campeões que precede o jogo finalmente aconteceu.

Torcedores na arquibancada do estúdio (Riot Games Brasil/Divulgação)

Os críticos esperavam que a Vivo Keyd levasse a taça pela experiência. Eu mesma paguei a língua ao ver os cinco jogadores da KaBuM tranquilos em todos os momentos do jogo, sem deixar a emoção transparecer e superar a razão na hora de aplicar no rift as semanas de trabalho duro, táticas e habilidades adquiridas durante todo o campeonato. O primeiro jogo foi ganho pela KaBuM de maneira suada. No segundo, a Keyd empatara, e a torcida ia à loucura, quase que completamente dividida — os fãs de camisetas roxas levantavam aos gritos com as belíssimas jogadas de Tockers, e os de laranja faziam o mesmo com as de Titan.

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Quem esperava um 3 a 0 limpo do time da Vivo se surpreendeu ainda mais quando a KaBuM levou o terceiro jogo. Na quarta, o atirador veterano Micao conquistou um recorde inédito: o milésimo abate de sua carreira foi no Azir de Dynquedo. Após a conquista, se tornou difícil que os adversários segurassem, e a série seria obrigatoriamente decidida no quinto jogo. Tensão e ansiedade eram sentidas em todos os ambientes, e boatos eram passados de que o técnico Nuddle advertira o atirador sensação Titan, que se precipitara no último jogo. “Ele se emocionou e entregou o jogo”, diziam os burburinhos, que culpavam o jogador pela derrota.

O quinto jogo foi de tirar o fôlego e, com lutas muito bem encaixadas e um psicológico de ferro que não permitiu que os meninos cedessem, a KaBuM levou ao chão o Nexus da Vivo Keyd, tendo a chance de erguer o troféu de campeões do CBLOL 2018. A felicidade e absoluta incredulidade estampava o rosto dos profissionais, que nunca tinham ganho um CBLOL antes. “Ainda não caiu a ficha”, confessou Titan na coletiva de imprensa, onde os cinco jogadores, o técnico e o gerente da equipe responderam às questões dos jornalistas sobre a conquista e o próximo desafio.

A equipe campeã ergueu a taça em direção à torcida (Riot Games Brasil/Divulgação)

Com a vitória, Zantins, Ranger, Dynquedo, Titan, Riyev e o técnico Nuddle irão à Europa disputar o Mid Season Invitational, campeonato internacional com um representante de cada região. Perguntei a um colega da imprensa, tão fã e engajado quanto eu, se ele acreditava que os cinco rapazes seriam os melhores representantes do Brasil no torneio — considerando que nosso país nunca tem nível o suficiente para bater de frente com outras regiões. “Eu achava que não”, meu colega disse, “mas com o psicológico, pé no chão e nível de jogo que eles mostraram aqui, tenho certeza de que eles serão os melhores representantes.” Concordei, me dirigindo à saída.

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Na porta do estúdio, a van que levaria os meninos de volta para casa já os esperava, mas eles não sairiam sem dar atenção à dezena de torcedores que os esperavam ali. Titan me abraçou quando o parabenizei, Dynquedo sorriu de longe para mim, cercado por fãs. Meu trabalho, naquela noite, terminou ali. O dos jogadores da KaBuM também, momentaneamente. Mas, ao deixar as ruas da Vila Leopoldina, tenho certeza de que o merecido descanso e comemoração se seguiriam por muito trabalho duro. O topo do pódio do LoL brasileiro já é deles, mas eles têm consciência de que sua jornada apenas começou.

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