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Você sabia que já foi possível enviar pessoas por correio?

Por Emilãine Vieira para Estúdio ABC
Atualizado em 8 mar 2024, 09h25 - Publicado em 14 ago 2015, 15h09
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Por mais estranho que pareça, sim, pessoas já foram legalmente enviadas por correio. Quando os serviços postais começaram, havia poucas regulamentações e muitas brechas sobre o assunto. Um dos casos mais famosos aconteceu em 1914, pouco após a criação do Parcel Post nos Estados Unidos, serviço semelhante ao nosso PAC. Os pais da pequena May Pierstorff, de cinco anos, desejavam mandar a filha para uma visita aos avós, mas não queriam arcar com as caras passagens de trem. O casal teve uma grande sacada e percebeu que, além de não haver nenhuma proibição sobre o transporte de humanos, enviar a garota custaria apenas 53 cents, o equivalente hoje a cerca de R$1,85! Os selos foram colados no casaco de May, que fez a viagem de 120km, de Grangeville a Lewiston, no compartimento de carga. Ela foi entregue sã e salva para os avós pelo carteiro Leonard Mochel, que era seu primo. Hoje, claro, o envio de pessoas é estritamente proibido.

MAIS CASOS CURIOSOS

Crianças e bebês

Os pais de May não foram os únicos a aproveitarem essa vantagem. Diversas famílias dos Estados Unidos deixaram seus bebês nas mãos de carteiros conhecidos – principalmente com destino à casa dos avós. O envio de humanos foi proibido em 1914 pelo correio do país, mas só em 1915 as crianças pararam de circular assim.

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W. Reginald Bray

O principal passatempo de Reginald Bray era testar os limites do serviço postal. Uma de suas maiores proezas foi conseguir enviar a si mesmo ao menos uma vez: o registro oficial de Londres, Inglaterra, confirma que no dia 14 de novembro de 1903 um ciclista foi entregue no endereço em que ele vivia. Sim, Bray estava com sua bicicleta quando “se postou” no correio. Na prática, o carteiro só mostrou o caminho – e recebeu o pagamento das mãos do pai do rapaz.

Henry “Box” Brown

Nada confortável foi a viagem de Henry Brown, escravo nascido na Virgínia, Estados Unidos. Em 1848, quando sua esposa e seus quatro filhos foram vendidos, ele decidiu lutar por sua liberdade. Henry contou com a ajuda de simpatizantes da causa que o encaixotaram e o enviaram clandestinamente de Richmond para a Filadélfia, onde a escravidão tinha sido abolida. A caixa tinha apenas um furo para entrada de ar e ficou de cabeça para baixo diversas vezes. Brown sobreviveu e conquistou a liberdade! Apesar disso, foi criticado por nunca ter tentado libertar a ex-esposa e os filhos e por ter exposto sua história publicamente, impedindo que o recurso fosse utilizado por outros escravos.

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Imagens Doctor Who, Smithsonian Institution/Flickr.

Fontes Smithsonian National Postal Museum, Daily Mail, PBS, Biography.

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