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10 respostas sobre a vacina fracionada contra febre amarela

O Brasil registrou 130 casos da doença entre julho do ano passado e janeiro deste ano. O Ministério da Saúde disponibilizou 57,4 milhões de doses da vacina

Por Valéria Bretas, da Exame.com
2 fev 2018, 12h31

Desde que o número de casos de febre amarela avançou no Brasil, e elevou a procura pela vacina em alguns estados, uma série de dúvidas sobre a doença surgiram entre a população.

Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou 130 casos de febre amarela entre 1º de julho de 2017 a 23 de janeiro deste ano. Destes, 53 vieram a óbito e outros 162 casos suspeitos estão sob investigação. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, foram confirmados 381 casos, sendo 127 óbitos.

Em resposta, o governo decidiu fracionar a vacina e antecipar as campanhas de imunização em algumas regiões do país.

De 2017 até o momento, o Ministério da Saúde diz que encaminhou aproximadamente 57,4 milhões de doses da vacina aos estados brasileiros. Só para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia foram enviados cerca de 48,4 milhões de doses da vacina febre amarela, com objetivo de intensificar as estratégias de vacinação de forma seletiva, sendo 18,3 milhões (SP), 10,7 milhões (MG), 12 milhões (RJ), 3,7 milhões (ES) e 3,7 milhões (BA).

Tire suas dúvidas sobre o novo ciclo do vírus:

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A vacina fracionada é mais fraca do que a normal?

O fracionamento das vacinas surgiu como alternativa para ampliar a capacidade de imunização em estados com surto da doença.

Cada frasco da vacina integral contra febre amarela possui cinco doses integrais, com 0,5 mililitro (ml) cada. A diferença da dose fracionada é que a quantidade aplicada é inferior: 0,1 mililitro. Por esse motivo, a sua capacidade de imunização é de 8 anos.

Como vai funcionar o envio de senhas para as casas?

Para evitar a formação de filas, alguns municípios do estado de São Paulo decidiram distribuir senhas nas casas das pessoas para a campanha de vacinação com dose fracionada. É o caso da capital paulista, Santos, Cubatão, Mongaguá e São Vicente.

Segundo Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo, a entrega das senhas será realizada por funcionários que passarão de casa em casa. Vale ressaltar que a entrega funcionará da mesma forma para quem reside em prédios e condomínios.

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O que fazer se não receber a senha em casa?

A orientação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo para os moradores que não receberem as visitas dos agentes, é procurar a UBS mais próxima para a retirada da senha. Para saber qual a Unidade Básica de Saúde é mais próxima do seu endereço, clique aqui.

A chance de reação adversa é menor em vacinas fracionadas?

De acordo com Marcos Boulos, coordenador do Centro de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo, os efeitos da vacina fracionada ainda estão sendo testados, portanto, não há como dizer com precisão que a chance de reação é menor.

No entanto, segundo Boulos, há uma expectativa de que a possibilidade de reação adversa das doses fracionadas seja, de fato, inferior em relação à vacina integral.

Há diferença entre quem pode usar a vacina fracionada e a convencional?

Não. A única diferença é que as pessoas que estão com viagem marcada devem tomar a vacina integral para conseguir o atestado de vacinação. Vale lembrar que a vacina contra a febre amarela deve ser aplicada pelo menos dez dias antes de qualquer viagem para locais onde há recomendação de imunização.

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Qual o risco de morrer depois de tomar a vacina da febre amarela?

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a chance de morte após a vacina (integral) é de 1 para cada 450 mil doses.

Após a aplicação, são comuns sintomas leves como dores musculares, de cabeça e febre. A reação mais grave é a doença viscerotrópica aguda. Nesses casos, a vacina provoca uma disfunção aguda de múltiplos órgãos.

O organismo da pessoa não consegue conter a multiplicação do vírus inserido pela vacina e começa a atacar o corpo da mesma forma que o vírus selvagem. As reações podem evoluir para insuficiência renal, hepática e cardíaca, problemas de coagulação, hepatite fulminante e morte.

Quem pode ou não ser vacinado?

A vacina pode ser dada para crianças a partir de 9 meses e idosos com até 60 anos. Pessoas acima de 60 anos devem passar por avaliação médica.

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A imunização não está indicada para gestantes, mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (portadores de Lúpus, por exemplo).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda apenas uma dose da vacina integral para a vida toda. Ou seja, quem já foi vacinado com a dose integral tem imunidade garantida.

Quais são os sintomas da febre amarela?

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da febre amarela aparecem de 3 a 6 dias após a pessoa ter sido infectada e incluem febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.

Em casos graves, de acordo com a pasta, a pessoa pode desenvolver febre alta, hemorragia e insuficiência de múltiplos órgãos. Nesses casos, cerca de 20% a 50% das pessoas infectadas têm risco de morte.

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Como o vírus é transmitido?

A transmissão da febre amarela é causada pela picada de mosquitos transmissores infectados. Ou seja, a doença não é passada de pessoa para pessoa.

Existem dois ciclos diferentes de transmissão: o silvestre (quando há contágio em área rural ou de floresta e os macacos são os principais hospedeiros) e urbano (quando as pessoas são as hospedeiras do vírus).

Qual é o tratamento indicado?

Além da vacina como forma de prevenção contra a febre amarela, o Ministério da Saúde informa que “o tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com

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