PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

3% das pessoas não reconhecem vozes

Eles são os portadores da agnosia auditiva: a inabilidade de reconhecer ou distinguir vozes, mesmo as de pessoas familiares

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 15 set 2016, 19h30

Anna Marchant tinha uma vida normal – até sobreviver ao ataque de um assassino em série. Na fuga, ela caiu de uma ponte, bateu a cabeça e acabou desenvolvendo uma doença muito rara: a prosopagnosia, ou cegueira facial. Ou seja: Anna não consegue memorizar e distinguir rostos – se ela crusa o namorado na rua, não reconhece.  

Essa história é roteiro de um filme bem famoso, Visões de um Crime, no qual Anna é interpretada por Milla Jovovich. Só por aí, já dá para ver que a prosopagnosia caiu na cultura pop: as pessoas conhecem essa doença, que atinge cerca de 1% da população mundial. Mas existe um “primo” da cegueira facial que é praticamente desconhecido: a agnosia auditiva, ou a inabilidade de reconhecer e distinguir vozes, mesmo as de pessoas familiares.  

Há duas formas de manifestação da doença: ou a pessoa é incapaz de reconhecer vozes, ou é impossível para ela discriminar vozes – em todos os estudos que existem até agora, ninguém que sofre de agnosia auditiva tinha as duas dificuldades.

LEIA: Cientistas conseguem ‘apagar’ medo no cérebro

A doença já é velha conhecida da ciência: foi descrita pela primeira vez em 1982. Mas agora, um estudo do departamento de psicologia da Universidade da Califórina projeta, pela primeira vez, o número de pessoas têm a doença – 3% da população mundial. E eles também chegaram à conclusão de que a agnosia auditiva pode ser genética – embora também possa ser causada por um trauma, assim como a prosopagnosia. 

Continua após a publicidade

Para descobrir isso, os cientistas fizeram um teste com 730 participantes (23 deles, acreditava-se, tinham a doença). As pessoas só precisavam fazer um exercício simples de reconhecimento e distinção de vozes de pessoas comuns e de celebridades (antes do teste começar, os cientistas confirmavam se os participantes sabiam quem eram as celebridades): a tarefa era ouvir alguns áudios com as diferentes vozes e identificar qual celebridade estava falando o que – ou, no caso das pessoas comuns, assinalar que eram pessoas sem fama. 

LEIA: Ouvir música te deixa arrepiado? Você tem um cérebro especial

Na média, as pessoas acertaram 76% de quem era a voz – mas 3,2% dos participantes (os 23 que, suspeitava-se, tinham a doença) foi muito abaixo da média: conseguiu acertar apenas 2,28%, ou seja, tinham a doença. Os cientistas também notaram que os sintomas da agnosia auditiva não afetavam só as pessoas de certa idade, mas também os participantes jovens, daí a hipótese de que é possível nascer com o distúrbio – embora ainda não se saiba exatamente por quê.

Claro, o estudo é pequeno, e os 3% encontrados pelos cientistas não passam de uma estimativa – provavelmente, o número de pessoas que têm a doença no mundo inteiro é bem menor. 

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.