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70% dos remédios de canabidiol vendidos online têm concentração errada

26% deles são mais concentrados do que deveriam – 42%, menos. Um problema de dosagem grave considerando que medicamentos à base de maconha são usados para tratar crianças com epilepsia

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
10 nov 2017, 17h27

O canabidiol – uma das substâncias químicas presentes na maconha (Cannabis sativa) – tem vários efeitos terapêuticos comprovados, e seu uso para o tratamento de algumas doenças já é autorizado inclusive no Brasil. Em janeiro deste ano, a Anvisa aprovou o registro do primeiro medicamento à base da planta no país: o Mevatyl, recomendado para o tratamento de espasticidade (tensão excessiva dos músculos), um problema associado à esclerose múltipla. Em outros países, a substância já é usada até em analgésicos e anti-inflamatórios.

Acontece que essa rápida ascenção d0 canabidiol na indústria farmacêutica – nos próximos três anos, calculam especialistas, a droga movimentará mais de 2 bilhões de dólares no mundo todo – não está sendo acompanhada com eficiência pelas agências reguladoras. Um estudo publicado nesta semana revelou que 70% dos rótulos de remédios à base de maconha vendidos na internet indicam errado a concentração da droga – 26% deles para cima, 42% para baixo.

O problema é especialmente grave nos EUA, em que cada um dos 50 estados está livre para adotar sua própria legislação em relação à droga. “O grande problema do canabidiol não ser legalizado no nível federal é que sua qualidade não é acompanhada pela Food and Drug Administration [órgão norte-americano análogo à Anvisa]”, explicou em comunicado Marcel Bonn-Miller, psicólogo da Universidade da Pensilvânia. “Atualmente, não há parâmetros para produzir, testar e etiquetar esses produtos. É uma loucura haver menos regulamentação disponível para um medicamento usado com crianças muito doentes do que para uma barra de chocolate.”

Para chegar às conclusões, os pesquisadores testaram, ao longo de um mês, 81 remédios de 31 empresas, todos comprados online. Eles pertenciam a basicamente três categorias: óleos, líquidos para inalação e as chamadas “tinturas” – extratos à base de álcool que são consumidos por via oral. As doses não eram a única coisa errada na bula: 21% deles continham, além do canabidiol em si, doses consideráveis de THC – outra substância presente na planta, que é principal responsável por deixar os usuários, em bom português, chapados.

“Esse medicamento é usado com frequência em crianças com epilepsia, então muitos pais podem estar dando THC a seus filhos sem terem consciência disso”, afirma Bonn-Miller. “Pesquisas futuras devem focar em avaliar se as pessoas estão prestando atenção nessa questão e encorajar a regulação nessa indústria que está se expandindo rapidamente”.

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