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Ácido pode “desligar” sintomas da esquizofrenia

Estudo mostrou que o ajuste nos níveis de ácido quinurênico minimizou os efeitos da esquizofrenia em ratos – e pode ser um possível tratamento da doença

Por Giselle Hirata
10 fev 2017, 17h57

Uma nova pesquisa, da faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, pode ser uma grande aliada no tratamento da esquizofrenia. Cientistas acabam de descobrir que há um composto capaz de controlar os sintomas da doença, o ácido quinurênico. Ele atua no cérebro e pode ser usado como anticonvulsivo para diferentes distúrbios neurológicos.

O estudo com roedores mostrou que o ajuste nos níveis de ácido no organismo teve efeitos significativos no controle comportamental dos animais.

O quinurênico é estudado há anos por especialistas, que já imaginavam que ele poderia ser a chave para tratar alguns sintomas da esquizofrenia. Foi comprovado que pessoas com a doença têm níveis mais elevados da substância no cérebro e que isso causa diminuição do glutamato – um neurotransmissor que está ligado ao aprendizado e à memória.

De acordo com os pesquisadores, essa disfunção no glutamato estaria associada a vários sintomas da esquizofrenia – em especial aos transtornos do tipo cognitivo: amnésia, confusão mental, delírio, desorientação, invenção de coisas, lentidão durante atividades, entre outros.

“Este estudo fornece um suporte crucial para uma hipótese de longa data. Ele explica como o sistema KYNA (referente ao Kynurenic acid, “ácido quinurênico”, em inglês) pode se tornar disfuncional”, explicou Robert Schwarcz, um dos responsáveis pela pesquisa, à Biological Psychiatry. Ele, inclusive, foi o primeiro a descobrir o ácido no cérebro, em 1988. Desde então, vem estudando a sua relação com doenças neuropsiquiátricas.

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No novo experimento, Schwarcz estudou roedores com deficiência da enzima KMO (kynurenine 3-monooxygenase), que regula os níveis do ácido quinurênico. Por terem mais quinurênico, os ratos mostraram deficiências na memória contextual e ansiedade elevada quando colocados em um labirinto e em outros ambientes desafiadores.

Essas atitudes seriam semelhantes aos traços comportamentais de humanos esquizofrênicos e sugerem que a enzima e o ácido podem desempenhar um papel fundamental no tratamento da doença.

Então, a solução seria aumentar o nível do glutamato, certo? Errado. Isso traria sérios efeitos colaterais, como convulsão e morte de células nervosas. O segredo, na verdade, é reduzir o ácido quinurênico para que ele controle o glutamato mais precisamente.

A experiência já deu certo em ratos, agora falta saber como reproduzir os mesmos resultados em seres humanos.

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