PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Ansiedade é duas vezes mais comum nas mulheres, diz estudo

O número não depende da classe social, da etnia ou da localização geográfica: a questão é o gênero mesmo.

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 10h54 - Publicado em 10 jun 2016, 15h45

Em discussões políticas, no trabalho ou na família, é comum que as mulheres sejam chamadas de “loucas” – pelo menos com frequência que os homens. Mas observar com seriedade a saúde mental feminina é algo raro, ainda mais sem cair no sexismo – e foi isso que um estudo da Universidade de Cambridge se propôs a fazer. Analisando mais de mil artigos e pesquisas sobre ansiedade e depressão publicados desde 1999, eles chegaram a resultados assustadores: o transtorno de ansiedade é duas vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. E o número independe de qualquer outra questão, como a classe social, a etnia e a localização no globo.

Problemas psicológicos como depressão, bipolaridade e ansiedade não são incomuns. Na verdade, segundo a OMS, eles atingem 1 a cada 3 pessoas no mundo – e quando só o transtorno de ansiedade é considerado, o número vai para 4% da população global. Entre as mulheres, 42% sofrem do transtorno, enquanto para os homens, o número cai quase pela metade: 29%.

Mas o que é o transtorno de ansiedade? A OMS o define como o sentimento constante de preocupação, de incapacidade e de medo. Fisicamente, a pessoa pode ter náusea, taquicardia e problemas de sono, e, quando têm um ataque, podem nem conseguir sair de casa. Esses sintomas ajudam a explicar por que é importante levar o gênero em conta na análise do transtorno de ansiedade: eles aparecem nas mulheres, segundo o estudo, porque elas permanecem constantemente em estado de alerta.

Para dar uma ideia, uma em cada cinco mulheres será estuprada ao longo de sua vida, de acordo com a OMS – uma óbvia fonte de tensão para elas. Além disso, das 50 milhões de pessoas que vivem em situações de conflito, 80% são mulheres e crianças. Vítimas de violência doméstica, assédio sexual nas ruas, dentro de casa, no trabalho e nos transportes públicos também são, majoritariamente, mulheres. 

Além disso, existe também a pressão criada pelos múltiplos papéis impostos à mulher – como a maternidade -, e a falta de apoio da família se elas, enfim, decidem começar um tratamento psicológico. Frequentemente, explica o estudo, as mulheres sequer têm autonomia para compreender que o que estão sentindo é um transtorno de ansiedade. Faz sentido, então, que elas desenvolvam duas vezes mais ansiedade do que os homens. 

A conversa sobre doenças mentais é importante porque elas ainda são ignoradas, mesmo quando o objeto de estudo não é gênero. Estima-se que, no mundo inteiro, menos da metade das pessoas que buscam ajuda psicológica de fato a conseguem. E os próprios pacientes são relutantes em procurar ajuda – só duas a cada cinco pessoas que sofrem de transtornos procuram auxílio psicológico. Enquanto esse comportamento não mudar, a depressão e a ansiedade só continuarão a ganhar terreno. Entre as mulheres, mais ainda.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.