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Anti-heróis da bola

Alexandre Petillo Declarações ensaiadas, discursos na terceira pessoa, atletas de Cristo, respeito pelo adversário. Hoje o futebol está muito monótono. Mas houve tempo em que tudo era diferente. Tinha atleta bêbado convicto, centroavante flagrado com cocaína, outro que chutava bandeirinha. Era uma festa de arromba. Dava quase para fazer um filme de faroeste. Para completar, […]

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Atualizado em 31 out 2016, 18h12 - Publicado em 31 ago 2004, 22h00
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  • Alexandre Petillo

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    Declarações ensaiadas, discursos na terceira pessoa, atletas de Cristo, respeito pelo adversário. Hoje o futebol está muito monótono. Mas houve tempo em que tudo era diferente. Tinha atleta bêbado convicto, centroavante flagrado com cocaína, outro que chutava bandeirinha. Era uma festa de arromba. Dava quase para fazer um filme de faroeste. Para completar, além de encrenqueiros eram carismáticos e adorados pelas torcidas, que muitas vezes apoiavam as atitudes impulsivas dos anti-heróis do esporte bretão. Muitos tornaram-se lendas. Os cronistas esportivos costumavam classificá-los como “jogadores-problema”, “folclóricos”, até mesmo “bandidos”. Tudo bem, o que importa é que, naquela época, ir ao estádio poderia render muito mais do que um belo espetáculo de futebol.

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    Josimar (lateral-direito, Botafogo)

    Especialidade: más companhias

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    Histórico: pela Seleção, cometeu alguns dos mais belos gols da Copa de 1986. Chegado numa loira e avesso aos treinos, gastou todo seu dinheiro e foi obrigado a trabalhar “com vendas”. Acabou preso na Amazônia por tráfico de drogas. Também assumiu outro vício: adorava bater em mulher

    Charlie George (meia, Arsenal – ING)

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    Especialidade: boca suja

    Histórico: Charlie é o anti-herói típico da Inglaterra. Enviado para o time “B” da seleção, mandou os dirigentes enfiarem o tal time onde o sol não bate. Fim de jogo. Encerrou a carreira e arranjou trabalho de guia no museu do Arsenal

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    George Best (atacante, Manchester United – ING)

    Especialidade: excesso (de tudo)

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    Histórico: humilhava os adversários, deixando-os no chão. Quando levantavam, eram humilhados de novo. Também era craque das drogas. Até que em 2000 passou três dias em coma alcoólico e precisou de um transplante de fígado. Mas não largou a boemia

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    Tarantini (zagueiro, Boca e River Plate – ARG)

    Especialidade: mulheres e crianças

    Histórico: resumia o estilo do defensor argentino – carniceiro. Do pescoço para baixo, tudo era canela. Fora de campo, foi preso por agredir prostitutas e portar drogas. Envolveu-se num caso de tráfico de mulheres e corrupção de menores, mas foi absolvido. O juiz do caso, ironia, chamava-se Cavallo

    Paul Gascoigne (meio-campo, Lazio – ITA)

    Especialidade: o copo

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    Histórico: foi detido por embriaguez, perturbação da ordem e desacato. Logo após sair de uma clínica de reabilitação, invadiu um casamento, tomou todas e cantou com a banda que animava o evento. No mesmo grau etílico, roubou o ônibus do time. Só parou quando não conseguiu ultrapassar um poste

    Serginho Chulapa (atacante, São Paulo e Santos)

    Especialidade: a bicuda

    Histórico: dono da maior suspensão do futebol brasileiro – 14 meses, por agredir um bandeirinha. Em 1981, chutou a cabeça do goleiro Leão (“foi só uma biquinha”). Cumpriu em liberdade três anos de prisão, por agressão. “Tenho meus momentos de explosão, mas quem não os tem?”

    Casagrande (atacante, Corinthians)

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    Especialidade: rebeldia adolescente

    Histórico: um adolescente dos anos 80. Falava pelos cotovelos, bebia, fumava, curtia rock e pichava os muros do Corinthians com declarações de amor. Enquanto jogadores sonhavam com a Itália, ele flertava com Hollywood: protagonizou cenas de sexo no filme Onda Nova. Coroou a carreira com uma detenção por porte de cocaína, em 1983

    Paulo César Caju (atacante, Botafogo e Fluminense)

    Especialidade: malandragem

    Histórico: dizia-se perseguido por ser negro. Dava o troco perseguindo mulheres: em 1981, declarou já ter mais de mil amantes. “As melhores são as alemãs. Mas já tive negras lindíssimas, como aquela moça das Frenéticas e aquela repórter da Globo. Tudo num love legal”, soltou o fino craque

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    Leão (goleiro, Palmeiras)

    Especialidade: pintura capilar

    Histórico: um homem à frente de seu tempo – foi metrossexual quando o termo nem sonhava em nascer. Pintava o cabelo de acaju, posou para anúncio de cuecas, criou camisas espalhafatosas e encrencou com técnicos, dirigentes e atletas. Não aliviou nem para companheiros: na Copa de 1974, saiu no tapa com Marinho Chagas

    Eric Cantona (atacante, Manchester United – ING)

    Especialidade: o chute

    Histórico: em 1995, deu uma “voadora” num torcedor após expulsão. Pegou 14 dias de cadeia. Também cuspiu num fã, pisou no rosto de um companheiro e chutou a bola no juiz. Foi à corte. E chamou todos no comitê disciplinar de idiotas

    Dulcídio Boschillia (juiz)

    Especialidade: chiliques

    Histórico: ex-PM, exibia em campo a mesma austeridade das delegacias. Certa vez, fugiu para o vestiário numa briga e de lá escapou atirando. Com igual galhardia, parou um jogo, pediu licença e saiu do gramado. Voltou aliviado com a dispensa da feijoada do almoço

    Renato Gaúcho (atacante, Grêmio e Flamengo)

    Especialidade: farra

    Histórico: nos preparativos da Seleção para a Copa de 1986, pulou o muro da concentração em Belo Horizonte e caiu na farra. Ao voltar, foi descoberto e cortado. No Flamengo, trocou sopapos com o colega Djalminha. Dentro de campo

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