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Biscoito de polvilho – Conheça mais sobre o petisco mais praiano do Brasil

A receita é mineira, o sucesso é carioca - mas criado numa padaria paulistana. Conheça o biscoito de polvilho, o petisco mais praiano do Brasil

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h05 - Publicado em 23 fev 2012, 22h00

André Bernardo

Os buracos
O biscoito é feito basicamente de água, leite, óleo e polvilho. Assim que é levado ao forno, a água dos ingredientes começa a evaporar e os gases se expandem. É isso que faz a textura aerada do biscoito. No final do cozimento, perto dos 75 ºC, as paredes das células da massa formam uma crosta na parte exterior do biscoito e o impedem de continuar crescendo. Assim ele chega ao tamanho final, cheio de buracos.

O mineiro
A palavra vem do latim “pulvu”, que deu origem ao português “pó” e “poeirento” (como o biscoito). Já a origem do quitute é muito menos conhecida. Ele é um prato tradicional mineiro. Não se sabe ao certo quem inventou a receita – apenas que é antiga. Segundo o historiador Câmara Cascudo, no século 18, as cozinheiras das fazendas de Minas Gerais já preparavam biscoitos de polvilho para servir aos senhores.

O bishcoito
Sinônimo de biscoito de polvilho para os cariocas (e para os turistas), o Biscoito Globo nasceu em São Paulo. Com a separação dos pais, os irmãos Milton, Jaime e João Fernandes tiveram que trabalhar na padaria de um tio no Ipiranga. Foi lá que, em 1953, eles aprenderam a fazer o biscoito. Dois anos depois, ele desembarcou no Rio para participar de um evento católico. Como o produto bombou, eles nunca mais voltaram a São Paulo.

Produção non stop
A fábrica do Globo funciona de domingo a domingo, das 6h às 20h. Cerca de 350 ambulantes fazem fila na porta para comprar os 150 mil biscoitos produzidos diariamente. São 10.714 biscoitos por hora. Nos dias de sol, são vendidos até 12 mil pacotes. Cada pacote, salgado ou doce, custa R$ 0,70 e o ambulante pode revendê-lo pelo valor que quiser.

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Antimarketing
O Biscoito Globo nunca fez propaganda, recusou ofertas de abrir franquias em outros estados, jamais mudou de embalagem e tem um único ponto de distribuição: a fábrica. Da mesma forma, nunca pensou em licenciar a marca, por isso, a embalagem já apareceu estampada em cangas, biquínis, bolsas, etc. A única inovação de design está nas cores: os pacotes vermelhos vendem biscoito doce e os verdes, salgado – herança de uma época em que os ambulantes eram analfabetos.

Fontes Cris Leite (Chef de cozinha, professora de Culinária Brasileira do Senac-Rio), Francisco Lourenço (gerente geral do Biscoito Globo), Jacira Conceição dos Santos (Associação Brasileira de Nutrição) e João Bosco de Carvalho (proprietário da Polvilho Orivaldo), Antônio Vitor Machado (professor de tecnologia dos alimentos da Universidade Federal de Campina Grande).

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