Câncer de nariz, faringe e mandíbula: Vacina para o futuro
A Inglaterra está começando a testar a primeira vacina contra o câncer.
No início de 1993, a Inglaterra começará a testar a primeira vacina contra câncer conforme anunciou recentemente em Londres a Cancer Research Campaign. De acordo com Jobo Arrand, biólogo molecular do Instituto Peterson, de Manchester que desenvolveu a vacina, ela poderá ser útil contra três tipos de câncer muito comuns na África e Ásia: de garganta, nariz, faringe e mandíbula. Arrand pretende imunizar crianças contra o vírus Epstein Barr (VEB), que em sua opinião “dispara” o mecanismo de anarquia celular que provoca o câncer. A maioria da população tem esse vírus latente, mas poucos o desenvolvem. O VEB é conhecido como agente de febre glandular, uma doença que provoca inchaço nos gânglios linfáticos. “Trata-se de um elemento essencial para o surgimento do câncer”, diz o cientista. “Se conseguirmos eliminá-lo por meio da vacina, devemos ser capazes de prevenir o próprio câncer.”
A novidade, entretanto, não entusiasmou outros cientistas, cautelosos quanto à ligação entre o VEB e câncer. De qualquer forma, a primeira fase dos testes da vacina inicia-se nos próximos meses e deve durar cinco anos. Se nesse tempo ficar comprovado que a vacina não faz mal à saúde e imuniza contra o vírus, então será aplicada em crianças para saber se ela reduz a incidência da doença na idade adulta. O que pode ser aos 50 anos, quando um bom número de pessoas desenvolvem o câncer. A ciência, infelizmente, anda bem mais devagar que as manchetes de jornal.