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Cientistas finalmente descobriram como o resfriado surgiu

A origem dos seus espirros está em um simpático animal do deserto - e a descoberta pode nos dar pistas sobre futuras epidemias.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 11 mar 2024, 11h19 - Publicado em 19 ago 2016, 15h15

Você começa a fungar, sente um incômodo no corpo e aquele cansaço… Quando vê, está sofrendo da doença mais comum do mundo: o resfriado. Um adulto geralmente vai passar por um pelo menos duas vezes no ano. Não é para menos: existem mais de 200 tipos de vírus capazes de causar a doença.

Desse grupo fazem parte a enorme família dos coronavírus – e os cientistas finalmente descobriram como é que eles começaram a infectar os humanos. Como tantas outras doenças, o resfriado partiu de outros animais e o vírus foi sofrendo pequenas mutações até ser capaz de ser transmitido para os humanos e nos contaminar.

Enquanto estavam pesquisando as origens de um outro tipo de coronavírus – que causa a bem mais grave Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS, em inglês), pesquisadores do Hospital Universitário de Bonn, na Alemanha, descobriram que nosso resfriado tem grandes chances de ter se originado… nos dromedários.

LEIA: O fim do espirro

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Os cientistas examinaram cerca de mil camelos árabes. Em 60 deles, encontraram um tipo de vírus muito parecido com o coronavírus humano 229E, um dos responsáveis pelos seus espirros. Em testes, eles concluíram que o vírus do dromedário era capaz de infectar humanos sem problemas – o que sugere que ele pode ser um “antepassado” evolutivo do vírus que de fato conseguiu pular do camelo para as pessoas e se espalhar pelo mundo.

Mas não precisa se preocupar em pegar um resfriado direto de um dromedário hoje em dia: depois de tanto lidar com a versão humana e moderna da doença, o seu sistema imunológico destrói rapidamente o vírus camelístico.

Essa descoberta pode ajudar os cientistas a entender melhor o MERS, uma infecção muito mais grave que por vezes é fatal – e que também foi adquirida pelos humanos a partir dos dromedários.

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LEIA: 5 mitos ou verdades sobre resfriado

Ao contrário do vírus do resfriado, o coronavírus do MERS ainda não sofreu mutações eficientes para ser transmitido de pessoa para pessoa. A maioria dos surtos é regional e acontece em ambientes restritos, como hospitais. Mas, assim como no resfriado, esses vírus vão sofrer mutações conforme se reproduzem – e uma dessas versões pode se adaptar melhor ao nosso corpo e causar uma epidemia que vai causar danos bem piores que um nariz entupido.

A expectativa dos pesquisadores é que, sabendo a rota que o resfriado tomou para se “enturmar” entre os humanos, ela funcione como um mapa para impedir que o MERS chegue longe demais.

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