Cigarro versus bebê
Após exaustivo estudo, o Royal College of Physicians concluiu que o cigarro é o maior fator de risco evitável da mortalidade infantil nos países desenvolvidos.
Após exaustivo estudo apoiados em estatísticas dos últimos 20 anos, o Royal College of Physicians, de Londres, foi contundente: o fumo é o maior fator de risco evitável da mortalidade infantil nos países desenvolvidos. A diferença entre o número de crianças de menos de 5 anos internadas em hospitais por causas diversas, cujos pais ou babás são fumantes, e as que habitam um lar de não fumantes na Inglaterra, é de 17000 por ano. Ainda segundo essas conclusões, publicadas em julho último, 4000 abortos involuntários são debitados ao fumo durante a gravidez. O risco é, de fato, 33% maior nas mães fumantes do que nas não fumantes. Já a probabilidade de nascimentos prematuros é multiplicada por dois e o peso médio dos recém-nascidos chega a ser cerca de 227 gramas menor. E isso, mesmo quando apenas o pai dá suas tragadas. Nesse caso, as deficiências são causadas pelo fumo passivo da mãe ou por alterações do esperma no ato da concepção, também conseqüência do cigarro. “As mulheres fumantes devem deixar o tabaco nas três primeiras semanas de gravidez para prevenir o máximo possível estes riscos”, adverte o professor Gilbert Lagrue, do Centro de Auxilio à Desintoxicação do Tabaco do Hospital Henri Mondor, em Créteil, na França. “Esta medida, no entanto, não impede uma gravidez extra-uterina, que também é mais freqüente em mulheres que fumam.”