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Como funciona o Cabotegravir, primeiro medicamento injetável contra HIV aprovado pela Anvisa

A injeção, que necessita de poucas aplicações, é mais eficaz os comprimidos usados atualmente para prevenir novas infecções. Entenda.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 12 jun 2023, 20h59 - Publicado em 12 jun 2023, 20h56

O HIV é o vírus causador da AIDS, doença sexualmente transmissível que ataca o sistema imunológico. Atualmente, a AIDS não tem cura, e a principal forma de tratamento são medicamentos antirretrovirais, que ajudam a conter o espalhamento do vírus e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. O uso regular desses remédios é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida dos pacientes.

Esse é o procedimento para alguém já doente. Já para prevenir uma infecção, existe a profilaxia pré-exposição (PrEP). O indivíduo toma uma combinação de comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. Ela requer uso diário, e só começa a fazer efeito no mínimo uma semana depois do início. 

No último domingo (5), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova PrEP contra o HIV. O cabotegravir, fabricado pela farmacêutica britânica GSK, é um medicamento injetável que, durante os testes clínicos, mostrou-se mais eficaz que os comprimidos usados para esse tipo de prevenção.

O FDA (a Anvisa americana) já havia aprovado o cabotegravir em 2021. No ano seguinte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o remédio para prevenção contra o HIV. Também em 2022, a Fundação Oswaldo Cruz e a Unitaid, ligada à OMS, anunciaram um estudo de implantação do remédio no Brasil, para avaliar a viabilidade de sua distribuição pelo SUS (assim como os atuais medicamentos recomendados).

O que mudou?

A principal diferença do cabotegravir para os remédios atuais do tratamento com Pr-EP é que ele tem ação prolongada. Enquanto os medicamentos existentes precisam ser tomados diariamente para garantir o efeito, o cabotegravir necessita de duas doses mensais no início e, depois, aplicações a cada dois meses.

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Isso é visto como uma vantagem, já que os pacientes não precisam se preocupar em lembrar dos comprimidos todo santo dia – basta, a cada oito semanas, tomar uma injeção na bunda. A ação prolongada pode não apenas aumentar a eficácia do tratamento, como também a adesão a ele.

Segundo uma divulgação de 2020 da GSK, o cabotegravir se mostrou 69% mais eficaz do que os remédios atuais. Avaliado em dois ensaios clínicos conduzido por centros de pesquisa em mais de 43 países (incluindo o Brasil) o medicamento se mostrou “altamente eficaz na prevenção do HIV”

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