Em 24 horas, uma bactéria se reproduz 16 milhões de vezes.
É um ritmo diabólico. Não à toa, os micróbios por trás das quatro grandes epidemias (peste negra, cólera, tuberculose e tifo) mataram mais de 1 bilhão de humanos.
Elas estavam ganhando de goleada até que, num dia de 1928, o biólogo escocês Alexander Fleming se esqueceu de limpar o laboratório. Quando voltou, notou um fungo crescendo numa placa – e matando as bactérias que ele usava em experiências. E o que era desleixo virou a descoberta do século: esse fungo, do gênero penicillum, foi o primeiro antibiótico.
Hoje, damos antibiótico até para os bichos (nos EUA, 80% dele é ingerido por gado, aves e porcos de corte). Mas a lua de mel pode estar perto do fim.
As bactérias estão criando resistência aos antibióticos – originando as superbactérias –, e a indústria farmacêutica não consegue criar novos – o ritmo de invenções caiu 70% nos últimos 20 anos. A esperança são os “antibióticos virais”, que já estão em testes – e são feitos de vírus que matam bactérias.