Que fique bem claro: proteína demais não faz mal a ninguém. O mito ganhou forma em 1983, quando pesquisadores descobriram que comer muita proteína aumentava a taxa de filtragem glomerular, ou GFR, e concluíram que isso sobrecarregaria os rins. Explica-se: o rim é o órgão encarregado de eliminar os produtos do metabolismo da proteína, como ureia e amônia. Quanto mais proteína consumida, maior a quantidade de sangue filtrada por minuto (GFR). “O que acontece é que o organismo saudável se adapta bem ao trabalho extra”, explica o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrição (Abran).
Além disso, diz o especialista, é muito improvável que alguém consiga ingerir proteína animal além da conta durante muito tempo. “Consumido em excesso, o nutriente é enjoativo e provoca mal-estar. Isso explica, em parte, por que dietas hiperproteicas, como a de Atkins, são logo abandonadas.” A Academia Nacional de Ciências dos EUA recomenda o consumo de 0,8 grama de proteína por quilo de peso. Faça a conta: se você tem 70 quilos, deve ingerir 56 gramas de proteína por dia. Para dar uma ideia, 100 gramas de carne vermelha contêm 20 gramas de proteína, e 100 mililitros de leite, 7 gramas.
Quando você consome mais proteínas, o organismo se adapta ao trabalho extra, sem prejuízo para o órgão.