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Descoberto o gene que pode causar a esquizofrenia

De acordo com novo estudo, a doença estaria ligada a um único gene, que elimina sinapses excessivamente.

Por Ana Luísa Fernandes
Atualizado em 4 nov 2016, 19h09 - Publicado em 28 jan 2016, 18h00

Pesquisadores da Universidade de Harvard podem, finalmente, ter descoberto o processo biológico que resulta na esquizofrenia. Eles analisaram quase 65 mil pessoas para decifrar quais traços genéticos estão associados mais fortemente à doença. 

O principal fator que promove os sintomas da esquizofrenia é um fenômeno chamado poda sináptica, que, como o nome diz, corta as sinapses (comunicação entre os neurônios) com o objetivo de eliminar células estranhas ou pouco utilizadas. É como uma limpeza neurológica – e os cientistas descobriram o gene responsável por uma disfunção nessa atividade, que faz com que as podas sejam excessivas.

A esquizofrenia é uma doença que geralmente aparece no fim da adolescência e no começo da vida adulta, estando relacionada à fatores genéticos. Ela causa instabilidade emocional, alucinações e disfunção cognitiva. Essa diminuição das sinapses é comum, mas, no caso dos esquizôfrenicos, ela é extrema, a ponto de reduzir o volume da massa cinzenta e de prejudicar as regiões do cérebro ligadas ao controle emocional. Apesar de os médicos conhecerem esse mecanismo há muito tempo, pouco se sabia as suas causas.

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Entre as quase 65 mil pessoas analisadas, 28.799 eram esquizôfrenicas e 35.896 não eram. Os cientistas começaram a pesquisa focando na região MHC do genoma humano essencial para o sistema imunológico, por ser capaz de reconhecer moléculas estranhas em boa parte dos vertebrados. Essa região já tinha sido ligada à esquizofrenia em estudos anteriores.

Dentro do MHC, eles encontraram uma forte relação entre o desenvolvimento da doença e a presença de uma variação do gene C4. Esse gene, que existe em diversas formas, codifica duas proteínas: a C4A e a C4B. As variações do C4 que resultavam em uma expressão maior da C4A foram associadas ao transtorno. As duas proteínas ativados pelo gene C4 ativam uma outra, a C3, que “marca” algumas células no cérebro e na medula espinhal, para que elas sejam destruídas pelo sistema imunológico. Quando a C3 se liga às sinapses, elas são eliminadas, e então ocorre a poda sináptica. Só que quando é a C4A que ativa a C3, as podas são realizadas em excesso.

Por que a C4A causa esse problema ainda é uma pergunta sem resposta. Mas já é um começo para a elaboração de novas terapias que podem ajudar as pessoas esquizofrênicas. “Nós estamos muito empolgados e orgulhosos desse trabalho, mas eu não estarei pronto para dizer que fomos vitoriosos até que tenhamos alguma coisa que ajude os pacientes”, disse o pesquisador Eric S. Lander.

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