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Dr. Internet: os cuidados na automedicação

Uma dorzinha aqui, outro incômodo ali: nem tudo se resolve com uma pesquisa online. Pelo contrário, a automedicação pode levar a sérias consequências

Por Abril Branded Content
Atualizado em 12 mar 2024, 09h24 - Publicado em 24 Maio 2018, 08h00

Dor de cabeça, dor de estômago, azia, um pouquinho de febre, uma dor meio estranha aqui do lado.

Sintomas como os descritos acima são apenas algumas das formas que o corpo tem para sinalizar que alguma coisa não está funcionando bem. E, como ninguém gosta de se sentir mal, nosso primeiro instinto é buscar uma solução – e rapidamente. Assim, prevalece o costume de fazer uma pesquisa bem superficial na internet sobre os sintomas na internet.

Mas, o que realmente causou o mal-estar em primeiro lugar? Essa é uma pergunta que costuma passar sem resposta. O hábito de tratar sintomas isolados, sem o diagnóstico preciso de uma doença, continua fazendo parte do nosso dia a dia. Aceitar uma dica da família ou dos amigos para resolver uma tosse ou uma queimação chata no estômago é visto como algo bem mais fácil do que procurar um médico.

Só que tem um problemão aí. A automedicação virou, por si só, uma questão de saúde pública e está no radar da Organização Mundial de Saúde (OMS) desde a década de 1980. Segundo a OMS, as pessoas estão tomando remédios demais, e ainda tomando errado.

Uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) divulgada em 2014 mostrou que 76,4% dos entrevistados praticam a automedicação. O número é maior entre jovens de 16 a 24 anos (90,1% se automedica) e entre pessoas com educação superior (84,4%). Ou seja, nem dá para dizer que a culpa é só da falta de informação ou do acesso restrito ao sistema de saúde.

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Clínica online

Em 2011, o estudo internacional de saúde Bupa Health Pulse, realizado pela London School of Economics and Political Science (LSE), mostrou que 87% dos brasileiros buscam informações sobre saúde na internet.

Mas a consulta ao Doutor Internet não pode e não deve servir como diagnóstico e, menos ainda, como receituário. Até porque a automedicação tem consequências, como profetiza o aviso sobre a dengue nos anúncios. Entre 2009 e 2014, quase 60 000 internações causadas por automedicação foram registradas no Brasil. E aí uma dorzinha de nada tratada com o comprimido errado acaba incomodando muito mais do que um telefonema jamais feito para o consultório médico.

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De remédio em remédio, os sintomas – e as soluções definitivas – podem acabar ficando perdidas (Pedro Piccinini/Abril Branded Content)

Em maio de 2017, a NZN Intelligence divulgou algumas informações sobre automedicação no Brasil. Segundo a plataforma de pesquisas, os remédios que as pessoas mais compram por conta própria são os analgésicos, resposta de 88% das pessoas que participaram do estudo. Em segundo lugar, vêm os anti-inflamatórios (67%) e, em terceiro, os antiácidos (48%). Cada remédio errado afeta o corpo de uma maneira específica. No caso dos antiácidos, usados para acalmar desconfortos estomacais, o uso indiscriminado pode acabar maquiando problemas de saúde mais graves.

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A importância de se consultar com especialista

Queimação no estômago, sensação de inchaço abdominal, dores e refluxo são sintomas que afetam cerca de 44% da população, de acordo com um estudo conduzido no Rio Grande do Sul. Dos quase 4 000 indivíduos que participaram da pesquisa, 27% relataram ter essas sensações de forma frequente, mais de seis vezes ao mês.

O desfecho mais natural para um quadro de queimação ou desconforto estomacal é ir até a farmácia. Mas pode não ser tão simples assim. Queimação, sensação de empachamento, refluxo e dores estomacais podem ser a expressão da presença de alguma bactéria em seu organismo.

A melhor coisa, portanto, é procurar por um especialista. É comum, por exemplo, sentir um desconforto depois de um fim de semana de churrasco com a turma. Mas, se os sintomas começarem a impactar na qualidade de vida, é bom tomar uma providência. Pessoas com histórico familiar de câncer no estômago também devem marcar uma consulta preventiva, mesmo que não tenham sintomas.

“Quando o paciente começa a ter uma sintomatologia frequente – se tem os sintomas uma ou duas vezes por semana, se os desconfortos começam a atrapalhar os momentos de lazer ou a própria alimentação –, deve procurar um médico”, orienta o professor Jaime Zaladek Gil.

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Referências bibliográficas

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