Durante muito tempo se pensou que a maconha fizesse mal ao cérebro. Agora cientistas descobriram que ela faz bem e pode vir a ser usada tanto para aliviar os sintomas como para impedir o progresso de uma doença comum dos neurônios, a esclerose múltipla. Uma pesquisa recente com ratos, realizada pela equipe da médica inglesa Lorna Layward, da Sociedade de Esclerose Múltipla, em Londres, demonstrou que a droga é capaz de eliminar os tremores associado a esse mal, que, aos poucos, conduz à paralisia de vários músculos. Os roedores melhoraram depois de receber doses altas de canabinóides, substâncias químicas presentes na maconha. ”O próximo passo da pesquisa é verificar se o tratamento também funciona em humanos”, disse Lorna à SUPER. Na Espanha, o oncologista Manuel Guzman, da Universidade Complutense, em Madri, também obteve sucesso ao injetar canabinóides em ratos, dessa vez para destruir cânceres cerebrais. Um terço dos animais ficou totalmente livre de tumores. No restante dos casos, o mal pelo menos regrediu. A equipe médica imagina que a droga mata as células tumorais. ”Curar humanos será bem mais difícil”, avalia Guzman. Mas ele está otimista. ”Vamos tentar aperfeiçoar a técnica e esperar para ver”, declarou.
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As plantações de maconha estão ameaçando a ave-símbolo da Nova Zelândia, o kiwi. Segundo ambientalistas neozelandeses, os traficantes estão destruindo grandes áreas de floresta para plantar a erva. Isso acaba com o hábitat do animal, cuja população, estimada em 35 000 espécimes, cai 6% ao ano.