Se você consegue encarar uma caipicerva (aquele drinque de cerveja com pinga), pode festejar: não tem o menor problema juntar uísque, cerveja, vinho e vodca. Não é a mistureba que influencia o tamanho do porre, e sim o teor alcoólico das bebidas (não importa se destiladas ou fermentadas) e o número de copos que você emborca. O excesso de álcool que não consegue ser metabolizado pelo fígado é o que causa a intoxicação alcoólica.
Dor de cabeça, mal-estar generalizado, vontade de morrer… O pesadelo do dia seguinte à farra é consequência da queda do nível de glicose no sangue (hipoglicemia). “A glicose é o combustível do cérebro. Quando está em falta, o desempenho das funções cerebrais fica prejudicado”, explica Daniel Magnoni, cardiologista do Hospital do Coração (HCor). Como o fígado, que armazena e distribui a glicose, se sobrecarrega ao metabolizar o álcool, a distribuição do nutriente falha. Como o álcool é diurético, o mal-estar também é consequência da desidratação e da perda de eletrólitos (sais minerais) pela urina. Por isso, se você está disposto a encher a cara, o melhor a fazer é se prevenir ingerindo bastante líquido. “Um truque para não desidratar é intercalar vários copos d’água entre os drinques ao longo da noite”, ensina Magnoni.
Outra medida preventiva é suprir o corpo com uma boa dose de carboidratos (que vão elevar o nível de glicose e dar energia) logo depois de beber. Ao chegar em casa, faça um lanche, de preferência usando pães integrais, que possuem carboidratos complexos, absorvidos mais lentamente do que os simples. Um bom suco de frutas também ajuda: o líquido vai combater a hipoglicemia, fornecendo uma boa quantidade de frutose, o açúcar da fruta. E adeus, ressaca!
Mais do que a mistura, o que pesa é o teor alcoólico das bebidas e o número de copos que você bebe.