Há tempos, os médicos sabem que o diabete é provocado por uma reação injusta do sistema imunológico. Este destrói as chamadas células beta do pâncreas como se fossem inimigas — na verdade, são elas que produzem insulina, hormônio essencial para as células absorverem seu combustível, a glicose. Agora os cientistas parecem ter encontrado o culpado de tanta confusão:
o glutamato descarboxilase, proteína conhecida como GAD. “A maior parte do suprimento dessa substância fica no cérebro, ao qual o sistema imunológico tem difícil acesso. Talvez, por falta de contato, não reconheça o GAD quando este aparece no pâncreas”, explica o professor Daniel L. Kaufman, da Universidade da Califórnia, que como a Universidade Stanford, também nos Estados Unidos, vem investigando isso.
Ao observarem ratos com predisposição genética ao diabete, os cientistas notaram que eles têm moléculas de GAD na região do pâncreas. Sob determinado ângulo, por sua vez, essas moléculas se assemelham a um vírus que ataca esse órgão. Por isso, as células de defesa partem para o ataque. Sua intenção inicial seria destruir os supostos vírus; mas, depois, elas atacam as células beta em que os falsos inimigos se alojam. Os pesquisadores injetaram GAD nos ratos, antes que os primeiros sinais da doença se manifestassem. A idéia era ensinar o sistema imunológico a reconhecer essa proteína — e parece ter dado certo, porque nenhum dos bichos desenvolveu a moléstia.