Esta garota arrebenta no X Games

A paulistana Fabiola da Silva coleciona títulos nos X Games e compete com homens em pé de igualdade. Mas sem perder o charme.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h12 - Publicado em 31 out 2003, 22h00

Tiana Chinelli

Fabiola da Silva considera-se uma pessoa de sorte: ganha dinheiro fazendo o que Ihe dá mais prazer. Aos 24 anos, compete de igual para igual com os homens e é reconhecida como uma das melhores patinadoras in-line do mundo . Paulistana, começou a competir profissionalmente em 1995. Já no ano seguinte, em sua primeira participação nos X Games, sagrou-se campeã. Desde então, acumula sete medalhas de ouro e uma de prata na mais badalada competição mundial de esportes radicais, além de títulos em diversos campeonatos realizados nos Estados Unidos. Graças às suas performances, foi criada a chamada “Regra Fabiola”, que permite a mulheres disputarem também finais masculinas. Patrocinada pela fabricante de patins Rollerblade e pelo refrigerante Mountain Dew, ela vive hoje em Santa Ana, Califórnia, com o namorado, o skatista profissional Sandro Dias, e com a yorkshire terrier Chachi. Costuma vir ao Brasil uma vez por ano, para passar o Natal e o Réveillon com a mãe e a irmã mais velha, que vivem em São Paulo. E aprove ita para reencontrar os amigos, com quem gosta de treinar e trocar experiências.

Como você vê a patinação no Brasil?

É um esporte muito novo. Faltam investimentos, mais campeonatos para motivar os atletas. Só existe um por ano [o X Games Latino, no Rio de Janeiro] e o pessoal acaba desanimando. Mas, em vez de se afastar, os jovens têm que se unir para tentar melhorar.

Tecnicamente, que conselho você dá a quem pretende seguir carreira nesse esporte?

É um conjunto. Eu não ando só de patins. Vou à academia toda manhã, faço treino aeróbico e musculação, procuro me alimentar bem e ficar em forma.

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A patinação é um esporte de alto impacto, e preciso ter uma musculatura fortalecida para agüentar as pancadas. Tudo isso custa caro. Entendo que muitos não têm condições, mas todo mundo pode se ajudar. Mesmo em casa, pode fazer exercícios.

O que você faz no seu tempo livre?

Gosto muito de surfar. Comecei a aprender há pouco tempo. É uma experiência diferente, que também me ajuda, pois é um trabalho de resistência. Nunca consigo ficar parada, vendo televisão. Mas tem dia que tenho que descansar mesmo. Aí pego um cinema, vou ao shopping, à manicure, à pedicure, coisa de mulher…

Até quando você pretende competir?

Sei lá, não me vejo sem patinar. Acho que devo aproveitar o momento, porque isso não é para sempre. Por enquanto, dá para juntar dinheiro, viver legal. E também ajudo minha família no Brasil.

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E que carreira você quer seguir quando parar?

Penso em cursar uma faculdade. Gostaria de fazer veterinária, mas aí eu teria que me dedicar 100%. Para trabalhar, talvez eu faça um curso de personal trainer ou de fisioterapia.

Qual o título você considera o mais importante de sua carreira?

Acho que foi o X Games de 2003 [que aconteceu em Los Angeles, no mês de agosto], porque este foi um ano muito difícil para mim. Perdi meu pai em junho, estava meio desanimada, triste por ele não estar presente. Me inspirei nele. Todo meu esforço foi dedicado a meu pai.