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Fumar maconha diminui a liberação de dopamina no cérebro

Heroína e cocaína já eram conhecidas por diminuir produção da substância em áreas do cérebro que controlam a motivação

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 11 mar 2024, 10h06 - Publicado em 19 abr 2016, 18h45

A dopamina é o neurotransmissor do prazer. Ela é produzida em atividades que vão desde comer chocolate até fazer sexo. Drogas também estimulam o corpo a produzir dopamina – mas muito mais do que seria normal. No uso prolongado, o cérebro pode passar a produzir menos dopamina naturalmente.  Em estudos com heroína e cocaína, isso não é novidade nenhuma. Mas uma pesquisa encontrou, pela primeira vez, evidências de que a mesma coisa acontece com quem fuma maconha em grandes quantidades.

LEIAA verdade sobre a maconha

A pesquisa da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, avaliou a liberação de dopamina no corpo estriado do cérebro de voluntários que se encaixam no perfil de uso abusivo ou dependência de maconha, que atinge de 6% a 12% dos usuários – cerca de metade das taxas de uso compulsivo de álcool e cigarro.

Os participantes fumavam diariamente, desde a adolescência, totalizando uma média de 80 gramas por mês. Para participar dos testes, eles também não podiam ter sido diagnosticados com nenhuma doença psiquiátrica ou neurológica nem ter o hábito de usar outro tipo de droga.

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Eles tiveram que passar 5 dias sem fumar, para eliminar o efeito imediato e agudo da maconha sobre a produção de dopamina. Depois, receberam uma dose de anfetaminas para estimular a produção de dopamina e os níveis de liberação do neurotransmissor foram acompanhados por uma tomografia cerebral. Outro grupo de não fumantes passou pelo mesmo processo para servir como base de comparação.

Os pesquisadores observaram que, quanto mais frequente era o uso da maconha, menor a liberação de dopamina no corpo estriado – região cerebral responsável pelo controle da atenção, da motivação e da memória de curto prazo.

Com isso, os cientistas também fizeram testes para avaliar a memória e a atenção dos voluntários. Eles não conseguiram estabelecer uma relação direta de causa, mas os voluntários com menores níveis de dopamina também tiveram os piores desempenho nos testes.

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Para os cientistas, o déficit de dopamina pode estar diretamente ligado a sintomas de apatia em quem fuma maconha por muito tempo. A questão é polêmica: há pesquisadores que defendem que o uso contínuo, principalmente em adolescentes, pode levar à síndrome amotivacional. Nesta condição, a pessoa perde o interesse por completo nas atividades cotidianas. Estudos práticos, porém, não encontraram provas de que a síndrome ocorra.

A nova pesquisa não é motivo para pânico – estudos anteriores feitos com pessoas que pararam de fumar maconha mostram que elas tem os mesmos níveis de dopamina de quem nunca fumou, o que sugere que os danos averiguados pelo estudo provavelmente se normalizam com o tempo.

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