Ideia 19: Chips para vestir e engolir
Dispositivos menores e flexíveis podem revolucionar o modo como monitoramos nossa saúde

Amarílis Lage
Um chip que avisa os pais, em tempo real, via celular, se um bebê está com febre. Outro que alerta o médico quando um paciente estiver prestes a sofrer um enfarto. E um para diabéticos que, além de medir a glicemia, consegue liberar, quando necessário, o remédio guardado num implante. Essas são algumas das ideias que já estão em desenvolvimento na área de biossensores. Associados à transmissão de dados, esses chips permitem que médicos acompanhem seus pacientes à distância e em tempo real. Se a pressão de um hipertenso piorar, por exemplo, o doutor é avisado na mesma hora e pode intervir imediatamente.
A novidade pode ter um enorme impacto no sistema de saúde, principalmente no tratamento de doenças crônicas, responsáveis por 60% do gasto global com saúde. Segundo uma estimativa da consultoria McKinsey, o monitoramento remoto pode levar, em 2025, a uma economia de até 20% no tratamento dessas doenças – até US$ 2,1 trilhões por ano, no mundo.
A tecnologia básica para os biossensores já existe, segundo o engenheiro Valtencir Zucolotto, do Instituto de Física de São Carlos. O desafio está na busca de dispositivos que possam ser embutidos no corpo humano e transmitir dados. “Mas em dez ou vinte anos, veremos muita coisa no mercado.” Algumas ideias já estão disponíveis nos EUA. Em maio, a Preventice lançou o Body Guardian, de monitoramento remoto de pacientes com arritmia. Já a MC10 cria chips finos e maleáveis para diagnóstico, como um que é colado na pele de bebês para medir constantemente a temperatura e outro que avisa a hora de repor o protetor solar.
Imagem: Divulgação/MC10