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Jovens que maratonam séries dormem pior e têm mais insônia

Sua chance de apresentar problemas no sono é 98% maior, se comparada a de quem não tem o mesmo hábito

Por Guilherme Eler
14 ago 2017, 19h17

Você ainda está assistindo [insira o nome da sua série preferida aqui]?

É com essa frase que a Netflix tenta dar um chacoalhão naqueles usuários que há tempos não assistem um episódio novo dos seriados favoritos ou que possivelmente abandonou alguns deles no meio. Quem usa o serviço de streaming sabe que, de forma geral, a pergunta costuma ser retórica: na maioria das vezes você só largou a TV para as necessidades básicas da vida (ou pelo trabalho). De resto, passou vidrado na tela acompanhando seu oitavo episódio do dia.

Por isso, da próxima vez que essa mensagem aparecer, pode encará-la como um pedido gentil de sua própria saúde. Isso porque, de acordo com um novo estudo, quem fica tempo demais vendo televisão prejudica significativamente a qualidade do próprio sono. Além de nos fazer dormir pior, o hábito se associou também a maior fadiga e insônia nos participantes acompanhados.

Conforme descrito no Journal of Clinical Sleep Medicine foram analisados 423 jovens adultos com idade entre 18 e 25 anos – 74% do total era de estudantes e 62% de mulheres. Eles participaram de uma pesquisa online sobre seus hábitos televisivos, que os questionava acerca da frequência que eles assistiam a TV e o tempo que passavam “maratonando” seu atual programa favorito – números que dão uma boa dimensão do vício.

“Maratonar” uma série foi definido como “assistir vários episódios de um mesmo programa em sequência e de uma vez só, seja em um televisão, laptop, computador ou tablet”. Segundo o estudo, o tempo médio de cada sessão foi de 3 horas e 8 minutos. Cerca de 52% dos fãs de séries não levantavam do sofá sem terem assistido a pelo menos três ou quatro episódios.

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81% das cobaias declarou ser maratonista de série convicto. 28% desse total disseram que repetem isso algumas vezes ao longo da semana – e para 7%, esse é um costume diário. Para eles, a chance de apresentar problemas de sono foi 98% maior, em comparação a quem não tem o mesmo costume. Fadiga, cansaço excessivo e dificuldade de pegar no sono. É o preço que se paga pela chance de se finalizar mais uma temporada.

“Séries desse tipo normalmente tem uma estrutura narrativa complexa, que faz com que quem assiste fique completamente imerso na história”, explica Jan Van den Bulck, co-autor da pesquisa. “Essa relação intensa com o conteúdo que passa na TV aumenta o período de relaxamento que precisamos ter até pegar no sono, o que afeta o momento de dormir de forma geral”, completa.

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