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Maioria dos casos de Covid-19 pode vir de pacientes assintomáticos

O papel da transmissão assintomática na pandemia ainda não está claro, mas evidências mostram que é melhor apostar no distanciamento social.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 13 mar 2024, 09h01 - Publicado em 16 mar 2020, 19h11

Pessoas assintomáticas podem estar transmitindo a Covid-19 mais do que se pensava até agora. É o que diz um novo estudo que analisou dados de casos de Cingapura e da cidade de Tianjin, na China. Quase metade dos casos identificados em Cingapura parecem ter sido passados por pessoas que ainda não apresentavam sintomas, enquanto em Tianjin esse número é ainda maior: cerca de 62% de todas as infecções. 

O estudo foi feito por pesquisadores holandeses e belgas e está publicado na base de dados medRxiv, mas ainda não foi revisado por pares.

Como é difícil mapear quem infectou quem com precisão, os pesquisadores trabalharam com os valores mais conservadores das faixas de porcentagens calculadas (entre 48% e 66% dos casos de Cingapura e 62% a 77% de Tianjin). A equipe também calculou o tempo médio entre o momento em que uma pessoa é infectada e o momento em que ela infecta outra pessoa: 5,2 dias para Cingapura e 3,95 para a cidade chinesa.

Um outro estudo usou as mesmas bases de dados para calcular durante quanto tempo uma pessoa infectada pode ter transmitido o vírus antes de aparecerem os sintomas: 2,55 dias para Cingapura e 2,89 para Tianjin.

Ainda não está totalmente certo qual o papel da transmissão assintomática na pandemia de Covid-19. Casos com esta origem já foram bem documentados, mas, até então, pareciam ser responsáveis pela minoria das transmissões. Em seu site, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos diz que esta não é a principal forma de transmissão do vírus. Mas novas evidências, incluindo este estudo, estão começando a apontar que o contrário pode ser verdade.

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Um caso que chamou a atenção foi a transmissão em massa que aconteceu durante um evento da empresa Biogen, no estado de Massachusetts (EUA). Após o encontro, três dos funcionários que estavam presentes testaram positivo para a doença, mesmo não apresentando sintomas no dia do evento. Mais tarde, 82 pessoas que estiveram presentes naquela reunião foram infectadas, possivelmente pelas três pessoas que estavam assintomáticas.

Um outro estudo alemão acompanhou a doença em nove pacientes e descobriu que, quando os primeiros sintomas aparecem, a carga viral já está diminuindo no corpo. Isso indica que o potencial de infecção pode ser alto mesmo antes da manifestação de sintomas. 

Se de fato os casos assintomáticos estiverem causando um grande número de infecções, isso indica que a estratégia de identificar e isolar apenas pacientes sintomáticos não é efetiva. O isolamento social (evitar ao máximo sair de casa e ficar longe de grandes aglomerações, independentemente do estado de saúde) é a melhor saída. É o que vem sendo adotado na maioria dos países que já estão em estado grave ou estão se preparando para o futuro, como o Brasil. Por aqui, o Ministério da Saúde orienta que aglomerações de pessoas sejam evitadas ao máximo e eventos de grande porte já estão sendo cancelados.

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