Para que serve o ômega 3, adicionado a algumas marcas de leite?
Assim como a vitamina C, essa é uma molécula de que o nosso corpo necessita, mas não consegue sintetizar. Trata-se de um ácido graxo, o principal ingrediente das gorduras, importante para várias funções no organismo, sendo uma das mais nobres a de integrar a composição da membrana das células. Nós produzimos similares, mas o ômega 3, encontrado em peixes gordurosos como o salmão e em alguns óleos vegetais, é melhor. “Sua estrutura deixa a célula mais permeável à passagem de nutrientes”, explica o bioquímico Mario Hirata, da Universidade de São Paulo (veja o infográfico). Entre esses nutrientes está a gordura, que sai do sangue, onde poderia causar problemas arteriais, para ser transformada em energia.
A substância também entra na composição das lipoproteínas, moléculas que carregam o colesterol de uma célula para outra, facilitando a chegada ao fígado, responsável por sua transformação em compostos eliminados pelo intestino. Por último, o aditivo do leite entra na síntese das prostaglandinas. Elas atuam, entre outras coisas, na coagulação do sangue. Apesar de todas essas qualidades, nem todos os especialistas acreditam que haja necessidade de acrescentar a molécula com o nome da última letra do alfabeto grego ao leite. “Basta incluir na dieta os alimentos que a contêm”, avalia o farmacêutico Jorge Mancini Filho, também da USP.
Faxina no sangue
O ômega 3 facilita a queima de gordura.
1. A membrana celular é composta, entre outras substâncias, de ácidos graxos. O corpo humano produz alguns desses ácidos, mas eles formam uma rede muito fechada que dificulta a passagem dos nutrientes.
2. O ômega 3, encontrado em óleos vegetais e peixes, é espaçoso e deixa a membrana mais aberta, facilitando a entrada dos nutrientes, entre eles a gordura, que é transformada em energia.