Miyamoto Musashi, o maior dos samurais, nunca perdeu uma luta
E entenda mais sobre o Kendo, técnica de combate japonesa
Acabar com o adversário com um único movimento. Este é o objetivo do Kendo, criado no Japão entre os séculos 7 e 8 como uma técnica de combate de samurais. Passada a era dos guerreiros feudais japoneses, o sabre samurai foi substituído pelo shinai, uma espada feita de bambu. Hoje o kendoka veste o dogu, uma armadura que o defende dos principais golpes – na cabeça, no abdome, no pulso e na garganta. No Kendo, tão importante quanto a força e a precisão dos movimentos é encarar o adversário: “É preciso olhar nos olhos do outro para ter o controle da situação”, diz Kenichi Takeuchi, 3º Dan. O Kendo é praticado em mais de 70 países e faz parte do currículo das escolas no Japão. Mas, apesar da modernização do equipamento, a luta ainda segue os princípios do Bushidô – o código de honra dos samurais, em que valores como o respeito pelo adversário, o autocontrole e a gratidão a Deus e à família são fundamentais.
A arte de vencer sempre
Miyamoto Musashi, o maior dos samurais, nunca perdeu uma luta. Enfrentou seu primeiro duelo aos 13 anos e venceu os 60 combates que travou na vida. Nascido em 1584, Musashi viveu o período de unificação do Japão e percorreu o país como um ronin – samurai sem patrão –, participando de batalhas célebres nas disputas feudais japonesas. Musashi praticava o Kenjutsu, uma espécie de avô do Kendo. Mas, para ele, o shinai (espada usada na prática do Kendo) era muito mais que uma arma – era um caminho a ser seguido. Musashi foi o primeiro a relacionar a espada e o espírito, as técnicas de combate com valores como a lealdade e o respeito ao adversário. No final da vida, sob influência zen-budista, escreveu o Livro dos Cinco Anéis, em que relaciona cada passo do aprendizado do Kenjutsu às fases que o homem deve enfrentar em um caminho de paz e sabedoria. Musashi morreu em 1645.